terça-feira, 15 de julho de 2008

AS QUADRAS DE UM POETA POPULAR, MAS SEMPRE ACTUAIS!

Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.

Como um só não é bastante
Nós vamos ter, brevemente,
Dois guardas por habitante,
P´ra que não roubem a gente.

Sem que discurso eu pedisse,
ele falou, e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
do que disse não gostei

Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos!

Da guerra os grandes culpados
Que espalham a dor da terra,
São os menos acusados
Como culpados da guerra.

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!

A quadra tem pouco espaço
Mas eu fico satisfeito
Quando numa quadra faço
Alguma coisa com jeito.

(António Aleixo)

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