segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MIL CARTEIRISTAS IDENTIFICADOS. SÓ EM LISBOA!...


Bem pensava e penso que haveria muitos mais. Mas 1000 são apenas os identificados pela polícia. Pelo menos, é o que nos diz a primeira página do DN de ontem.

Certamente os outros que eu penso não são casos de polícia.

Estes 1000 têm uma composição muito interessante. 100 são mulheres e aqui há uma grande margem de progressão, como se diz em linguagem futebolística. A "embaixada estrangeira" já é significativa. 200 são de países do Leste europeu, onde predominam os romenos. Os brasileiros, segundo o jornal referido, já contam com umas dezenas. E ainda há os de norte de África e outros que actuam lá mais para o Rossio.

Há equipas mistas de portugueses com carteiristas de outras origens e uma ensinança pelos portugueses das outras comunidades, uma transmissão de conhecimentos. É a internacionalização no gamanço. Ainda aparecerão de futuro escolas profissionais, pois a profissão está a dar!.

Nos tempos que correm "a profissão de gatuno" não vai má. A maioria embolsa aí 1000 euros/dia. E sabendo-se que muitos deles só actuam nas horas vagas pois acumulam com uns biscates de assaltos a lojas e a casas particulares e ainda por cima limpinho de impostos, não deixa de ser um boa actividade. E há mercado diversificado, alguns têm potentes carros e fazem-se deslocar nos dias 12 e 13 a Fátima e no Verão para as zonas de praia, onde o Algarve assume lugar privilegiado.

As alterações da lei penal também lhes veio facilitar a vida e assim quase nunca são incomodados. São muito conhecidos até confraternizam quase todos os dias muitos deles na Praça da Figueira, onde um grupo grande almoça.

Pena é que não haja uma sensibilização em termos de poupanças - Uma tarefa para o MF - pois segundo consta os mais velhos poupam pouco porque o álcool consome grande parte do pecúlio diariamente obtido, com tanto esforço, conhecimento e inovação. Os mais novos aplicam o pecúlio já não no álcool, modernizaram-se e então a partir do fim do dia vão aos mercados da droga para alimentar depois a sua noite.
Joao Abel de Freitas

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

NÃO SE INCOMODEM...


Mas porquê?
Por que falam de mim?
Deixem-me viver tranquilo
O que eu faço ou deixo de fazer
Que vos interessa?
Pessoas que só sabem lamentarem-se
E falar da vida dos outros
Passam o dia todo nos cafés…
Porque dizem coisas que não sabem?
Porque querem ser mesquinhos?
É para encontrarem dentro
Das suas vidas insignificantes
Uma razão para viverem?
Não, minha vida não vos vai salvar
Não vos vai alegrar os dias
Vocês nunca me vão atingir...
Ela não é um modelo a ser seguido
Nem um modelo a ser ignorado
Simplesmente...é o meu!!!
Aceitem-no, assim como eu aceito
Os vossos pensamentos, nem sempre os mais recomendáveis.
Mas são os vossos, e eu tento compreende-los.
Meu desejo é ser Feliz!!!
E contagiar todos com essa minha felicidade!
A vida não espera aqueles que têm medo de viver!
Nem aqueles que querem viver a vida dos outros!
Se quiserem continuem.
Continuem a falar de mim!
Mas não percam o vosso precioso tempo
Eu não mudo
Eu não quero mudar!!!
O que de facto vos está a incomodar!
É que a cada dia que passa
Cada dia mais
Eu tenho sido mais eu
Ao contrário de vocês
Não me escondo atrás da vida dos outros
Encaro minha vida de frente
Mesmo que isso me custe e dê cabeçadas
Querem continuar a falar?
Continuem!
Não sou como vocês
Não me vou esconder atrás da vida dos outros
Vamos! Falem! Falem! Continuem!
Que se lixem!
EU QUERO É VIVER!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CITAÇÃO...


Filipe Nunes Vicente, Há cerco, mas não há coluna, sublinhado meu:


«No actual PSD. Uma coluna direita, sólida. Talvez feia, talvez pouco sorridente. Bastou uma sondagem desfavorável e voltaram a dedicar-se aos exercícios de ordem unida; entre as tendas e as celhas com roupa são muito bons, tal como nas piadolas dos blogues. A guerra é que não é com eles. Estes improváveis sitiantes dizem aos sitiados: se não abrem as portas, levantamos o cerco. De certa forma compreende-se; ao fim de todo este tempo, alguém lhes ouviu uma ideia sobre política de defesa, de educação ou de ambiente? Claro que não: táctica & ambição desmedida. Solo.»

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sinais de Peste: de farsa em farsa até à tragédia final


Indispensável, a crónica Pancada no Pequeno (não sei se o link funcionará hoje) do Rui Tavares, publicada no Público. Aqui ficam alguns excertos:

Em Portugal, que é a nossa província, um membro do Governo que é secretário de Estado da Segurança Social anuncia uma poupança de dez milhões nos Rendimentos Sociais de Inserção, afectando em período de crise 44% dos beneficiários desta prestação, que estão entre as pessoas mais vulneráveis do país. "Compromisso cumprido", afirmou o secretário.
O mesmo Governo promete pensar em começar a estudar formas de baixar os custos com a renovação do seu parque automóvel, que são de 7,5 milhões de euros anuais. Isto é capaz de ser coisa mais demorada.
Na Europa, que é o nosso mundo, o governo francês continua com a sua política de repatriação de ciganos romenos. A imprensa ajuda sendo eufemística - ninguém usa a expressão "limpeza étnica" - ou incorrecta - aqui ou ali vai aparecendo a expressão "imigrantes ilegais".
Vamos ser rigorosos sobre o que isto é e o que não é. Não, não se trata de imigrantes ilegais: os cidadãos romenos são comunitários e têm direito à livre circulação pelo território da União. E, sim, isto é uma limpeza étnica, ou seja, uma expulsão de um dado território de uma população circunscrita por critérios étnicos.
Como seria de esperar, a Itália de Berlusconi já manifestou vontade de seguir o exemplo francês. Quando a Croácia entrar na União Europeia, até 2012, ouviremos discursos sobre o caminho que ela fez desde as limpezas étnicas dos anos 90. Da maneira que as coisas estão, parece-me que é antes a UE que vai aderir à Croácia dos anos 90.
O que a França está a fazer é ilegal, uma clara violação dos tratados e do espírito fundamental da União Europeia. A Comissão Europeia, que é suposta ser a "guardiã dos tratados", não se insurge. Durão Barroso está silencioso. Dá-se tempo a que Sarkozy faça o seu número para as sondagens.

Junte-se a isto - precarização estratégica e penalização da pobreza, mais limpeza étnica - aquilo a que poderíamos chamar o petro-silêncio sobre os direitos humanos e as garantias fundamentais espezinhados - programática e propagandisticamente - pelo Führer do Irão e o seu regime, assinalado já pela Joana Lopes, que o mesmo Durão Barroso e a generalidade dos "responsáveis" da União Europeia compartilham com parte destacada da sua oposição "anti-imperialista". Os sinais de peste são evidentes e evocam estranhamente os que assistiram depois da Primeira Grande Guerra à ascensão das respostas fascistas, nazi e afins à "crise" na Europa e no mundo. Haverá quem diga, lembrando-se de duas linhas de Marx, que não temos motivos para alarme excessivo, pois que a repetição actual não passa de uma farsa, muito aquém da verdadeira tragédia que remataria a primeira metade do curto século XX. É esquecer que esse mesmo período mostrou que a ordem da sucessão dos termos de Marx (primeiro a tragédia, depois a farsa) pode ser e foi, mais do que uma vez, historicamente invertida. O que significa que, a deixarmos correr o marfim como até aqui, poderemos estar a aproximar-nos de farsa em farsa de uma tragédia duradouramente "final".

domingo, 22 de agosto de 2010

ONTEM EM MANGUALDE…


Ontem, a intervenção de José Sócrates, num comício que assinala a rentrée política do PS, realizado em Mangualde, pautou-se por duas posições fundamentais.
Primeiro, tentou conquistar a confiança dos portugueses tecendo uma optimista visão sobre o Estado da Nação nos assuntos do momento: desemprego, contenção do deficit, arranque da economia, marcha em direcção ao desenvolvimento, etc.
Segundo, demarcou-se da visão neoliberal do PSD, defendendo a preservação dos actuais contornos constitucionais relativamente ao Estado Social.

Sobre a visão optimista do Estado da Nação muito se tem escrito [inclusive o próprio já confessou a sua visceral confiança nas soluções preconizadas]. Continua, no entanto, a existir uma notória e premente necessidade de - fora de uma toada “comicieira” - informar os portugueses e as portuguesas, com rigor e sobriedade, sobre a situação político-económica actual e acerca das perspectivas futuras de desenvolvimento. O País não é o novo Olimpo onde correm rios de mel pelas estradas [não esquecer as SCUT’s] e onde os cidadãos vivem à beira da felicidade plena…
A visão optimista da situação portuguesa pode servir para exportar uma imagem de empenho e de determinação governamental na saída da crise mas, em contrapartida, chocará com a imperiosa necessidade [esperemos que não!] de, num futuro próximo, voltar à carga – à ilharga do PSD - e solicitar aos cidadãos mais sacrifícios e privações.
Sabemos que - não precisamos de ser cientistas nem videntes - nem tudo está bem neste País. Pelo que a técnica de tentar dourar a pílula poderá ser contraproducente.
A enfatização de situações pontuais mais ou menos significativas [evoluções trimestrais e semestrais], i.e., a árvore próxima, não deve fazer-nos perder de vista a floresta distante. Estamos em crise profunda [nós e o Mundo] desde [pelo menos] 2008. Os 2 anos decorridos fornecem um distanciamento suficiente [são metade de um ciclo político normal] para nos ser transmitida uma visão de conjunto… Venha ela!

Ainda no decurso do comício de Mangualde, José Sócrates, teve oportunidade de afirmar o distanciamento do PS das doutrinas neoliberais que empestam o actual PSD.
Não existiu qualquer viragem política. As afirmações de Sócrates não são para o PS novidades ou inflexões. São um simples revisitar das bases programáticas do PS. Até aqui nada de novo.
O problema é que a evocação da intransigente defesa do Estado Social [esperaria o PS outra coisa?] faz-se fora de um quadro intransigente de afirmação de princípios, mas antes num clima de apaziguamento e abertura negocial. Sendo assim, padece do risco de, em vez de ser tomada como uma posição doutrinária, passar a existir como uma mera condição negocial.
Aliás, dentro deste contexto, não compreendemos como as situações de excepção perante a crise [os PEC’s] tenham o horizonte temporal de 3 anos e os tão apregoados “consensos” entre PSD e o Governo sejam a conta-gotas. Esta situação só serve o PSD que, repetidamente, vai corroendo o Governo e, simultaneamente, tenta aparecer aos olhos dos cidadãos como o “salvador” da Pátria.

O PS, para manter-se fiel à sua matriz ideológica, tem pouco espaço de manobra.
Mas, pelo menos, este clima de confrontação criado pelo falacioso ultimato de Passos Coelho, no Pontal, teve um importante benefício [político]. Proporcionou a Sócrates distanciar-se do PSD. Facto que sendo pouco relevante no presente [continuarão a negociar] será fundamental no futuro [se chegarmos à situação de ir a votos].

Mas a política não vive de ilusões ou de malabarismos retóricos. Chegará o dia em que o PSD tornará as negociações impossíveis [as negociações sobre as SCUT’s foram o primeiro ensaio]. Então, o PSD tornará visível o “seu” oportunista sentido de responsabilidade nacional, romperá com o Governo…e, calculista, tomará o caminho da conveniência partidária que, há um ano, persegue [crise política e eleições legislativas intercalares].

De facto, neste preciso momento, a par da esgrima verbal, do clima de ameaças e chantagens, o PSD não quer negociar, isoladamente, o OGE para 2011.
Quer, também e/ou simultaneamente, negociar profundas alterações ao regime democrático vigente.

Mas a verdade imediatista - que tem sido sistematicamente iludida - é que Passos Coelho quer provocar, a qualquer preço, em qualquer instante, a queda do Governo PS.
Depois logo se verá...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SOMOS TODOS CIGANOS ROMENOS...


Quando os nazis levaram os comunistas, não protestei, porque, afinal, eu não era comunista. Quando levaram os social-democratas, não protestei, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando levaram os sindicalistas, não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando me levaram a mim, já não havia ninguém que protestasse.

Nota: este texto, conhecido em diversas variantes, parece ter sido inicialmente concebido como matéria de um sermão de Martin Niemöller, pastor e protagonista da "oposição confessante" ao regime hitleriano. Sob a forma de poema, com uma enumeração - e ordem de enumeração de vítimas diferentes -, a denúncia de Martin Niemöller foi popularizada por Brecht, a quem, entre nós, é muitas vezes atribuída a sua autoria.
Miguel Serras Pereira

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A ESQUERDA IMPOTENTE PERANTE O NEO-LIBERALISMO…


O capitalismo liberal e financeiro nesta crise mostrou a sua face a todos-embora já muitos o tenha denunciado, desde há muito-agora, ficou claro perante milhões de pessoas desempregadas, exploradas com trabalho precário, exploradas nos seus direitos, que há uma ideologia que defende e pretende obter o máximo do rendimento dos seus capitais, sem se importar com as consequências sociais, ambientais, e humanas que isso pode acarretar.

Por outro lado, também ficou claro que perante esta crise, nem a esquerda ,nem os grupos progressistas, nem a cidadania, nem os movimentos sindicais tiveram qualquer capacidade de resposta perante o seu desenrolar .

Os Estados, no início, tiveram de ajudar os bancos que ameaçavam falência, receando um efeito em cadeia, com o destroço total da economia, e quanto maiores eles fossem maior era o perigo, mas fizeram no sem lhes perguntar porque é que tinham chegado àquela situação, e sem lhes exigir contrapartidas futuras, ou regras de funcionamento mais claras.

Depois, entraram em cena novos capítulos do espírito neo-liberal, traduzidos para nós, nos Pactos de Estabilidade, exigindo reduções drásticas dos deficits públicos dos Estados.


A liderar esta filosofia aparece a Alemanha , depois do esforço que fez para integrar a sua zona Oriental, e quem encabeça esta luta é o partido Democrata Cristão da Senhora Merkel, virando-se desta feita para os três estados do Sul da Europa, onde há ainda governos sociais democratas, Espanha, Grécia e Portugal, depois da derrota trabalhista em Inglaterra.
Estes Estados perante a correlação de forças internacionais e europeias, não tiveram alternativas senão submeter-se aos ditames da política europeia, personalizada no Banco Central Europeu, encarnação bancária da ideologia neo liberal.

Entretanto, nem os sindicatos, nem os intelectuais de esquerda, nem os partidos progressistas, conseguiram até ao momento, encontrar um manifesto conjunto, uma plataforma de acção que expressasse o seu protesto, e o seu desespero, perante medidas tão violentas impostas aos que menos responsabilidade têm na crise, mas são, os que mais a vão pagar, todos os trabalhadores em diferentes escalões da sociedade.


Enquanto as forças neo-liberais tratam os seus problemas a nível global, vide europeu esquerda e as forças progressistas ainda não sabem trabalhar sequer, a nível Ibérico, quando mais europeu!
Era necessária uma resposta conjunta , articulada do movimento sindical, uma resistência legítima, com os partidos de esquerda e progressistas, sem populismos, mas apresentando respostas possíveis para a conjuntura.

A crise está para durar, logo, é tempo dos sindicatos em diálogo com todas as forças políticas progressistas e descontentes com a situação, sem esquecer a Cidadania, fazerem propostas conjuntas a nível da solidariedade europeia para estancar o ataque sem freio, das multinacionais e da ideologia neo-liberal , mas não esqueçamos que o problema é político, e não exclusivamente sindical

Se a esquerda europeia ,se quer opor a isto tudo, tem de saber articular -se, e a lutar e trabalhar. Desde já, nós aqui, ao nível ibérico, logo depois, à escala europeia. E toda a esquerda ao nível europeu.
António Serzedelo

terça-feira, 3 de agosto de 2010

UMA TERRA QUE ESQUECE OS SEUS, É UMA TERRA DE NINGUEM, SEM SENTIMENTOS…!

RANCHO DOS UNIDINHOS MEALHADA E O SEU HINO NA DÉCADA DE 30



Isabel Vaio, filha do “ensaiador” do Rancho, Saúl Vaio, e que na foto, se encontra do lado direito…
Mais… algo que fará rebentar lágrimas, nos olhos dos componentes ainda vivos.
O Hino dos Unidinhos.
É uma pena que a Mealhada não saiba dar a devida importância ao passado de um povo, à cultura, porque culturas não são só os livros, são as pessoas que cantaram, dançaram, fizeram teatro na década de 30 em diante. E há pessoas vivas como a Dona Nide Flauta e a Mariana Minhota (minha tia), e pegando no exemplo da Nide, esta senhora é um livro aberto de experiências culturais de outras décadas na Mealhada.
Para mais existe já à alguns anos no Arquivo Municipal da Mealhada a Bandeira original dos Unidinhos com as varias fitas de actuações pelo país fora, e não foram tão poucas como isso e para vem longe da Mealhada sítios inimagináveis.
Mas, a Dora (Técnica Superior de Arquivo), da Mealhada nada se dignou fazer ou investigar, simplesmente encostar a bandeira com anos de glórias de um povo a um canto até que a traça a consuma, como em quase tudo na Mealhada.
O que se faz, faz pelos doutores não pelo cidadão anónimo, a Mealhada precisa de virar 360 graus em termos culturais. Se não sabem ou não querem, peçam a quem queira fazer e goste de verdade da Mealhada terra, e não do dinheiro que ganham no final de cada mês….