domingo, 30 de maio de 2010

UMA SEMANA! E PERAS…



A semana foi marcada pelo ataque do cardeal patriarca de Lisboa a Cavaco Silva por este ter abdicado dos seus princípios, como fez o rei da Bélgica que abdicou por um dia para não ser ele a promulgar um diploma que ia contra a sua consciência. Se eu fosse o cardeal também estaria danado com Cavaco Silva, durante vários dias a Presidência da República quase desapareceu para andar atrás do Papa, Bento XVI até foi a Belém abençoar a família Silva como se fosse a família real por obra e graças de Deus e no fim de tudo isto Cavaco promulgou o casamento gay porque o país estava com pressa e não tinha tempo para questões de princípios presidenciaisPedro Passos Coelho pediu aos políticos para dar o exemplo e numa manobra populista até anunciou que essa era a condição para apoiar a política de austeridade. Só que dias depois ficámos a saber que os adjuntos de Passos Coelho no PSD não põem os pés na Assembleia da República mas são os contribuintes a pagarem-lhe os ordenados como se fossem assessores parlamentares. Um caso de vícios privados e virtudes públicas que justificaria mais uma ida de Pedro Passos Coelho ao “Perdoa-me".
O PCP organizou mais uma grandiosa manifestação e alguns dos seus militantes até terão feito uma pequena tentativa de criar incidentes à grega. Quanto mais pequeno é o PCP maiores são as suas manifestações, eu diria que Jerónimo de Sousa organiza, a Festa do Avante, as esperas a Sócrates para o apupar, as greves nos transportes e na Função Pública, as manifestações e o Louçã é que leva os votos.
No PS a semana foi de treinos gastronómicos, os militantes prepara-se para engolir um sapo com barba chamado Manuel Alegre, quer queira, quer não vão ter de lhe dar um prémio de fim de carreira sob pena de o poeta se vingar e provocar uma cisão no partido. São assim as presidenciais, o PS e o PSD apresentam candidatos presidenciais que as suas bases preferiam que fosse jogar dominó para um banco de jardim.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Governo acaba com 8 medidas anti-crise


O Governo vai retirar oito das 20 medidas anti-crise criadas na sequência da recessão económica, mantendo 12.


A lógica da selecção feita pelo Executivo é conservar as medidas de apoio à contratação e deixar cair as de apoio aos desempregados, relacionadas com prestações como o subsídio de desemprego.
A decisão do Executivo, que se enquadra no âmbito do plano de austeridade aprovado no Conselho de Ministros de 13 de Maio para baixar o défice, foi apresentada hoje de manhã aos parceiros sociais. Veja algumas das medidas que ficam e as que desaparecem.
O que cai:


- O alargamento do subsídio social de desemprego por mais seis meses
- A redução do tempo de trabalho que dá acesso ao subsidio de desemprego
- A majoração do montante de subsídio de desemprego para casais desempregados com filhos a cargo

- O reforço da linha de crédito para apoiar a criação de empresas por parte de desempregados

- A redução em três pontos percentuais das contribuições das empresas que têm trabalhadores com mais de 45 anos
- Os apoios aos trabalhadores em lay-off
- A requalificação de 5.000 jovens licenciados em áreas de baixa empregabilidade

- Eliminação do pagamento adicional do abono de família dos 2º,3º,4º e 5º escalões.

terça-feira, 25 de maio de 2010

AS COISAS QUE SE DIZEM...



Quaresma diz que já fez o que tinha a fazer no Inter…


Depois de lermos esta frase do ciganito, pô-nos a pensar no que terá na realidade feito o gajo em Itália.


Só se o Silvino pôs o gajo a arrumar os cestos dos equipamentos, ou a lavar as luvas do Toldo e do Júlio César, ou a encher as bolas com a bomba de pé, porque assim de repente a gente não estamos a ver.


Estes gajos não sabem estar calados, são assim como o nosso querido Queiróz…

quinta-feira, 20 de maio de 2010

EURO? QUANTO NOS CUSTA!...



Umas das teses que se vão ouvindo por aí é que foram os países do sul que se ajeitaram à especulação o que, em certa medido, pode ser verdade. Mas aquilo de que todos os analistas, sem excepção, falam é do contágio da crise grega a alguns países com contas públicas fragilizadas, isto é, a desconfiança em relação às contas aldrabadas da Grécia pode estender-se às contas de Portugal e da Espanha.A verdade é que quando o governo português, à semelhança de outros países com ou sem eleições, decidiram dar largas ao défice as oposições não se opuseram e Bruxelas, mais preocupada com o crescimento do que os mercados financeiros, deu o avalÉ verdade que os países que estão na mira da especulação estão fragilizados e que a Grécia ultrapassou todos os limites aceitáveis para um país que aceitou as regras do Euro, mas também é verdade que os países do Euro nem criaram os mecanismos para responder a ataques especulativos, nem reflectiram sobre as consequências e desequilíbrios gerados pela criação da nova moeda. Existe algum oportunismo quando se pretende levar os especuladores a centrar a sua atenção nos países do sul pois a bandalhice contabilística na Europa é generalizada e são muitos os casos de recurso à contabilidade criativa para disfarçar os défices públicos, criatividade que tem sido aceite pela Comissão Europeia e pelo seu serviço de estatística. E não são os países do sul os mais criativos. Compreende-se a dureza das medidas que os países "certinhos" da Europa exigem a países como Portugal e Espanha, os seus governantes sabem muito bem que têm rabos-de-palha e a crise pode chegar a outros países. A verdade é que muitos ministros das finanças da Europa se têm comportado como o mesmo nível de responsabilidade dos administradores da Lehman Brothers e de outros bancos que originaram a crise do 'subprime'. É uma pena que os mesmos políticos que nos últimos dois anos negaram a existência de uma crise internacional ou que tentaram fazer-nos crer que esta nos passou ao lado e tudo o que por cá se passa é culpa do governo, abdiquem agora da seriedade na avaliação da situação do Euro para concluírem que as culpas da especulação nos mercados são estritamente domésticas. É lamentável a falta de seriedade e até de nacionalismo por parte dos nossos políticos incluindo alguns professores de médio nível que gostam muito de exibir os seus vastos conhecimentos de economia. Esperemos que a crise não alargue a outros países, eu teria razão mas o país pagaria uma factura muito elevada.

terça-feira, 18 de maio de 2010

FEIRA DA VINHA E DO VINHO DE ANADIA



João Pedro Pais abre a Feira da Vinha e do Vinho de ANADIA
O programa de animação além de João Pedro Pais, o artista convidado para a noite de abertura a 12 de Junho.
Nos dias seguintes, tem outros nomes de referência, como os Táxi, Ez Special, Led On, Quim Barreiros, Santamaria e Rita Guerra. Haverá ainda uma “Katedral Algarve Party”, o desfile de Marchas Populares e o Anadia Fashion.
Para além disso, está previsto um encontro de auto-caravanas, um passeio nocturno de BIT, um torneio de futebol feminino, um torneio inter-freguesias de futebol, e duas palestras.


A feira deste ano espera superar os 100 mil visitantes do ano passado. A feira terá um orçamento 215 mil euros, e para além da animação nocturna, terá 130 stands com áreas para produtores, restauração, vitivinicultores, juntas de freguesias, associações culturais entre outras.
Ao que parece os preços serão novamente convidativos, pois vão ser de 1,5€.


Agora uma pergunta para a câmara da Mealhada, será que não será possível algo parecido na Mealhada?


Será que os mealhadenses não merecem ter festejos baratos e de qualidade?


Cantanhede, Anadia tem grandes feiras, a Mealhada tem uma feira minúscula e repetitiva , será que temos direito ao carnaval?


domingo, 16 de maio de 2010

LORPAS!...



“Amizade” com “gente importante” está longe de constituir um valor seguro. Esses “amigos” utilizam-se mutuamente com o mero propósito de cada um atingir metas previamente delineadas. Ser «amigo» dos poderosos, mesmo que momentaneamente, outorga benesses e o atestado da importância de que se carece para conquistar novos patamares.


Soa bem invocar o nome do “poderoso”, como “amigo”. Abre portas. Os “poderosos”, que não são idiotas, servem-se dessas “amizades”, enquanto elas têm alguma utilidade, mesmo residual.


Também sabem o que os espera no dia em que a manivela da sua roda da sorte andar para trás: um general dar à sola. À velocidade da luz, perdem-se todos os “amigos”. Espanta é haver ainda quem se vergue à dor de ser “traído”, “abandonado” ou “usado” por “amigos”, poderosos ou falsos amigos, em vez de, quando se vê livre deles, gritar a plenos pulmões: “Ar puro!”.


Salta à vista: salvo raras excepções, a “amizade” é barcaça capaz de levar duas ou mais pessoas em período de bonança e apenas uma em momentos de borrasca. No momento dos apertos, recurso à amnésia e à moral da fábula “Os animais doentes da peste”, onde o status determina o futuro - se “poderoso”, adulado; se miserável, abandonado. Chateia ter “amigos” nas lonas que já nada nos podem dar. Incomoda. A vida é assim – novas escaladas, novos degraus, novos quedas, novos “amigos”. Só uma cambada de lorpas é que ainda acredita nos “amigos”. Do alheio, da onça ou de Peniche.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

A BAIRRADA TEM VERGONHA DESTA AUTARQUIA...PELO DESPESISMO MEALHADENSE!



Em momentos de crise como os que atravessamos hoje, mais, depois dos sacrifícios pedidos ontem aos portugueses pelo governo.


É uma vergonha ver a câmara da Mealhada dar tolerância de ponto para hoje sexta-feira, 14 de Maio. Eu só me pergunto porquê? Ter umas mini férias na Mealhada, será que os funcionários autárquicos da Mealhada fizeram mais que os restantes mealhadenses, e portugueses? Será que por terem tido o feriado municipal no dia de tolerância de ponto dado aos outros portugueses (funcionários públicos), tem então de ser compensados?


Anadia, por exemplo não o fez, hoje é dia de trabalho, e nos outros concelhos em que ontem foi feriado e tolerância de ponto, hoje foi dia de trabalho. Até os trabalhadores da Junta de Freguesia da Mealhada o fizeram, trabalham.


Eu também tive tolerância ontem, e embora me soubesse bem, não achei correcto porque penso que todos somos portugueses e não podemos criar feriados só para a função pública quando já é na função pública que existem mais regalias de todas as espécies, e em termos de férias então… são mesmo os portugueses que mais gozam por direito.


Para Cabral que não é nada ligado a religião porque não acredita, o que não é criticável cada um acredita no que quer, agora dar descanso a algumas centenas de trabalhadores, isso sim caí muito Mal, e não é só a mim, é quem trabalha ou trabalhou e paga os seus impostos e agora ainda mais vão pagar. É que não puderam de resolver os seus assuntos junto da autarquia.


Para mais penso que o exemplo tem sempre de vir de cima, e aqui o exemplo é péssimo para a sociedade mealhadense. É que são quatro dias seguidos de férias de uma autarquia, que paralisa por completo.


Para uma autarquia socialista o exemplo é nefasto, quando o governo também socialista ainda ontem trabalhou primeiro com o líder da oposição (Passos Coelho, depois um conselho de ministros que nos indicou os sacrifícios que os portugueses vão ter nos próximos tempos no mínimo um ano e meio, para credibilizar o País no exterior, de um país cumpridor das suas responsabilidades. Então bem o concelho da Mealhada mostrar que tudo está muito bem não precisa de fazer sacrifícios, os sacrifícios são para o povo em geral, porque a autarquia não precisa de os fazer, pelo menos é a ideia que fica para quem como eu tinha assuntos a tratar na Câmara e, que tive de adiar para outro momento, hoje perdi tempo e dinheiro e, terei de voltar a perder para poder resolver os meus assuntos na câmara da Mealhada.


Só posso dizer, é vergonhoso o poder local (Mealhada) poder tirar partido ao máximo das pontes.


Neste momento só posso dizer que Cabral tem de pensar melhor nestes gestos que tem para com os seus munícipes. Uma palavra ainda para a vice, a Filomena que tanto diz e, tenta comparar o público com o privado em termos de privilégios, algo que já discuti com a dita senhora e que ela até concordava que havia demasiados privilégios para os trabalhadores da autarquia em relação aos trabalhadores do privado e estes são o motor da economia.


Só peço que se pondere mais numa próxima, para não sermos chamados de mandriões, porque nas mesmas circunstâncias, na Bairrada e não só todos trabalharam hoje.


Reflictam bem, tentem sempre dar um exemplo pela positiva e não pela negativa, mais do que nunca todos nós precisamos de trabalhar para Portugal andar para a frente e não podem ser uns para os outros…

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DÚVIDA EXTERNA



Vou divagar, que tenho pressa: isto vai mal. A economia não cresce nem aparece. Os mercados não acreditam em Portugal e, em troca, Portugal não acredita nos mercados. Ou é ao contrário? Seja como for, é uma enorme dúvida externa, que acentua as nossas dívidas metódicas. São dívidas existenciais. São crónicas, e dos bons malandros que sempre fomos. Os tempos são cépticos e assépticos, e não estão para graças a Deus, que o diga o Papa. O rating de Ratzinger está baixo, como o nosso: dantes era a Joana que comia a papa, agora é o Papa que come a Joana. Sei que vou pagar por esta, mas prefiro pagá-la a apagá-la. Se há Deus, que me acuda. E se não há?


Se não há, adeus ao que é de Deus, a César o que é de todos os santos, que assim também não existem. Prefiro pensar que se não houvesse, teria de ser inventado. E foi. Depois Deus inventou o Homem à Sua imagem. Os gregos tinham inventado Deuses à imagem do Homem, e por isso o Olimpo era o que era: uma casa de doidos. Hoje é um Zeus nos acuda em Atenas, mas isso é apenas outra História. Clássica, mas sobretudo eurótica. Nem ao mero poeta lembraria tal odisseia.


Ver-nos-emos nós gregos? Longe vá o agora, que o passado é cada vez mais imprevisível: o que teremos nós feito, para aqui chegarmos? Perdemo-nos em flagrantes de litro, a vida para nós foi mais bolos, e esquecemo-nos de que o creme não compensa. Vamos chorar sobre o deleite derramado? Por mim, dispenso logo existo. Mas insisto: o futuro já não é o que foi, e se calhar não havia razão para ter sido o que chegou a ser.


Dispenso, mas depois compenso. Não tenho soluções para a crise - o único remédio é fazer cortes de ténis menos caros, e menos carros. Juntemos o fútil ao agradável: agora que os dias são menos noite, vou contemplar o meu próprio destino ao sol do fim de tarde bebendo um gin platónico, como o amor que é fogo que arde sem se vir - assim começaria o meu poema, que nem é ode nem sai de cima. Vendo bem, façamos o gin tónico, e também o amor. Os tempos, direi melhor, não estão para desgraças, a vida é demasiado curta para beber vinho barato. E tristezas não apagam dúvidas.


domingo, 9 de maio de 2010

DE CRESPO A MOURA GUEDES...SERÁ DOENÇA?...


O quinteto de benfeitores

O poder da informação nos canais de televisão em Portugal é sempre um tema actual. Mas nem sempre o que parece é...
Uma parte da informação televisiva que se tem produzido em Portugal, nos últimos anos, oscila entre dois extremos que só aparentemente são opostos: o da obsequiosidade gelatinosa e o da agressividade espalhafatosa. Ambos os estilos pseudo-informativos convergem na violação qualificada de dois dos principais deveres deontológicos dos jornalistas, que são os deveres de objectividade e de isenção. Ambos consubstanciam um jornalismo parcial, cuja principal característica consiste em enaltecer artificialmente certos lados da realidade e/ou em desqualificar ou omitir outros.
Os expoentes mais visíveis desse tipo de jornalismo são Mário Crespo, na SIC-Notícias e Manuela Moura Guedes, na TVI. Os dois jornalistas prosseguem, há anos, implacáveis cruzadas contra certas pessoas, embora utilizando métodos diferentes mas que, na verdade, concretizam a mesma degenerescência deontológica: a parcialidade da informação. Mesmo quando aparentam alguma objectividade, um e outro acabam por só revelar uma parte da verdade ou então apenas a verdade de uma das partes.
A deliquescência voluptuosa com que Mário Crespo põe certas pessoas a agredir moralmente terceiros de quem não gosta só aparentemente contrasta com os insultos que Manuela Moura Guedes dirige, ela própria, àqueles que detesta. Em termos de deontologia jornalística não há diferença entre os dois métodos. A obsequiosidade de Mário Crespo revela, afinal, a mesma parcialidade que a agressividade de Manuela Moura Guedes. Se a jornalista da TVI se apresentava em muitos aspectos como uma emanação reciclada do velho estilo Palma Cavalão, o pivot da SIC-Notícias não passa de um comentador travestido de jornalista, que faz por interpostas pessoas o que aquela fazia pessoalmente. Os dois actuam quase sempre segundo agendas próprias de interesses, sobretudo políticos, que tentam ocultar atrás do biombo da informação: num caso, o Jornal da Noite da TVI, e, no outro, Jornal das Nove da SIC-Notícias.
Mas vejamos algumas pérolas desses estilos: em Abril de 2009, fui convidado para ser entrevistado por Manuela Moura Guedes no Jornal da Noite. Era uma armadilha montada em conluio com alguns dos meus opositores dentro da Ordem dos Advogados. De boa fé, aceitei o convite e fui insultado em directo. O episódio é bem conhecido e não vale a pena acrescentar mais pormenores. Basta apenas referir que, apesar de tudo, tive oportunidade de lhe responder e de lhe dizer cara a cara o quanto ela violava o Código Deontológico dos jornalistas.
Pouco tempo depois, em 19 de Maio seguinte, na SIC-Notícias, fui alvo de agressões ainda maiores, não por qualquer jornalista da estação, mas sim por entrevistados cuidadosamente seleccionados. A propósito do Dia do Advogado, a SIC-Notícias convidou sucessivamente para os principais programas de informação dessa noite dois dos meus mais destacados opositores na Ordem dos Advogados. Sem qualquer hipótese de defesa, fui moralmente seviciado, em directo, por ambos os adversários, sobretudo pelo convidado de Mário Crespo, sem que nunca me tivesse sido dada qualquer possibilidade de rebater as pérfidas acusações de que fui vítima.
Mas os exemplos não ficam por aqui. Nas anteriores eleições para o Ordem dos Advogados, havia quatro candidatos a Bastonário: Menezes Leitão, Magalhães e Silva, Garcia Pereira e eu próprio. Pois Mário Crespo conseguiu esta notável proeza de «imparcialidade»: entrevistou duas vezes o candidato Magalhães e Silva e não entrevistou nenhuma vez qualquer um dos outros candidatos.
Ainda mais um exemplo que ilustra bem como em jornalismo algumas mentiras são feitas de silêncios. Posteriormente, Mário Crespo convidou um advogado para o seu programa (por sinal um dos dois que estivera na SIC-N no Dia do Advogado) a quem, a dada altura, pergunta candidamente se concordava com a existência de sindicatos nas magistraturas. O entrevistado responde, ainda mais candidamente, que sim, porque os magistrados também seriam trabalhadores. Mas o que ambos omitiram é que o entrevistado era, simplesmente, o advogado de um dos sindicatos de magistrados, de quem, obviamente, a última coisa que se esperaria era que defendesse a não existência de um cliente seu.
Este é, pois, o cintilar de algumas das mais refulgentes vedetas de alguns dos mais esplendorosos programas de informação televisiva em Portugal. Um jornalismo não de referência, como pretende certa propaganda, mas um jornalismo notoriamente de reverência para com certos interesses ou pessoas.

Marinho Pinto, JN

terça-feira, 4 de maio de 2010

A NOVA BRIGADA DO REUMÁTICO



Quem se lembrou de estabelecer o paralelo com a Brigada do Reumático foi o Rui Herbon. Subscrevo. Isto a propósito da fronda contra as grandes obras públicas. E da audiência que nove antigos ministros das Finanças solicitaram ao Presidente da República.

Cavaco aceitou recebê-los. No próximo dia 10 vai ouvir Medina Carreira, João Salgueiro, Ernâni Lopes, Eduardo Catroga, Miguel Beleza, Pina Moura, Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix e Luís Campos e Cunha. (Outros antigos ministros das Finanças, como Silva Lopes, Braga de Macedo e Miguel Cadilhe, não aceitaram integrar o grupo.)

Estão à espera de quê, estas venerandas figuras? Cavaco promulgou há três semanas o decreto-lei que aprova as bases de concessão do troço ferroviário de alta velocidade entre Poceirão e Caia (v.g. TGV Lisboa-Madrid). A adjudicação da obra é assinada amanhã ou depois. A oposição à esquerda já se manifestou a favor da sua construção. Se o CDS-PP insistir em levar o diploma a plenário, o PS, o PCP e o BE caucionam a vontade do governo.

A audiência visa travar o resto? A nova travessia do Tejo e o aeroporto em Alcochete? O que é que eles vão dizer a Cavaco que não tenham dito já em dezenas de entrevistas e programas de televisão? Vão propor um golpe de Estado?

Não seria mais consentâneo com os seus pergaminhos formarem um partido de salvação nacional e irem a votos na primeira oportunidade?


Nota: O mesmo tema muito bem observado à direita.

Eduardo Pitta