Todas as pessoas à minha volta são pessoas perfeitamente normais. Pelo menos, aparentemente. Levantam copos, pousam copos, mexem nos talheres enquanto mastigam pedaços de carne de animais mortos, mexem nas batatas fritas oleosas com as mãos, limpam-se a guardanapos amarrotados, olham sem atenção para a televisão gigantesca no tecto, dizem coisas uns aos outros fazendo um burburinho irritante e ensudecedor que se mistura com a música que sai das colunas espalhadas pela ampla galeria de paredes de vidro, montras de lojas, antros de consumo, pessoas sorridentes lá dentro a tentarem vender alguma coisa.Todas as pessoas à minha volta riem agora do inesperado trambolhão da senhora que cai tosca no asfalto. largam os talheres, as chavenas de café e os copos de coca-cola e riem, olham uns para os outros a verificar que estão todos a rir, mostram os dentes uns aos outros e sorriem cumplices como se conhececem há muito tempo, fazem caras horriveis para mostrarem que estão a rir.A senhora levanta-se ainda tosca e ri-se também, vermelha, envergonhada, encarnada, com pouca vontade de rir e depois pára de rir colocando uma cara séria e os outros todos à minha volta param de rir também, voltam a pegar nos talheres, nas chavenas, nos copos e nos guardanapos e voltam a parecer pessoas perfeitamente normais, normais de mais, tão normais que chegam a parecer gente triste à procura de um motivo para rir.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
NA MINHA MEALHADA....
Todas as pessoas à minha volta são pessoas perfeitamente normais. Pelo menos, aparentemente. Levantam copos, pousam copos, mexem nos talheres enquanto mastigam pedaços de carne de animais mortos, mexem nas batatas fritas oleosas com as mãos, limpam-se a guardanapos amarrotados, olham sem atenção para a televisão gigantesca no tecto, dizem coisas uns aos outros fazendo um burburinho irritante e ensudecedor que se mistura com a música que sai das colunas espalhadas pela ampla galeria de paredes de vidro, montras de lojas, antros de consumo, pessoas sorridentes lá dentro a tentarem vender alguma coisa.Todas as pessoas à minha volta riem agora do inesperado trambolhão da senhora que cai tosca no asfalto. largam os talheres, as chavenas de café e os copos de coca-cola e riem, olham uns para os outros a verificar que estão todos a rir, mostram os dentes uns aos outros e sorriem cumplices como se conhececem há muito tempo, fazem caras horriveis para mostrarem que estão a rir.A senhora levanta-se ainda tosca e ri-se também, vermelha, envergonhada, encarnada, com pouca vontade de rir e depois pára de rir colocando uma cara séria e os outros todos à minha volta param de rir também, voltam a pegar nos talheres, nas chavenas, nos copos e nos guardanapos e voltam a parecer pessoas perfeitamente normais, normais de mais, tão normais que chegam a parecer gente triste à procura de um motivo para rir.
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