quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mau tempo enegreceu explosão



Carnaval deste ano foi visitado por menos pessoas, devido à chuva, vento e à crise económica. Cortejo combinou crítica social com uma viagem ao mundo da fantasia


O Carnaval da Mealhada travou, este ano, uma luta tremenda contra as condições climatéricas adversas. As cores intensas dos trajes carnavalescos, a música brasileira e o samba estavam lá, mas a chuva e o vento também marcaram presença durante a tarde de ontem, no Queimódromo da Mealhada.
«Confesso que esteve mais fraco do que nos últimos anos, com menos pessoas a assistir, porque o tempo não esteve muito convidativo devido à chuva, vento e frio», afirmou o presidente da Associação de Carnaval da Bairrada, Fernando Saldanha, recordando que no ano passado o evento foi acompanhado de «muito sol e mais de 20 graus de temperatura».
A crise económica também se fez sentir (os bilhetes custavam cinco euros). Ainda assim, o dia de ontem foi mais produtivo do que o domingo. «No geral, e tendo em conta as circunstâncias, creio que o Carnaval deste ano correu dentro das expectativas», adiantou Fernando Saldanha.
Os poucos milhares de pessoas que não quiseram perder o desfile começaram a abeirar-se da estrada do Queimódromo por volta das 14h30. Meia hora depois arrancava o corso, num turbilhão de cores, música e muito samba. Aqui e ali os participantes metiam-se com os espectadores que retribuíam com sorrisos e gargalhadas.
Do ponto de vista temático, o cortejo deste ano aliou temas da actualidade (crítica social) a uma viagem ao imaginário do mundo da fantasia.
Um dos grupos retratou a nova lei em torno do casamento homossexual, o caso das escutas foi invocado e nem os episódios no túnel da Luz, entre o Benfica e o Porto, foram esquecidos.
Entre a encenação de cenas de pancadaria, os “falsos” árbitros procuravam manter a ordem entre os jogadores, segurando pistolas na mão e disparando para o ar, tudo filmado e documentado por uma equipa colossal de jornalistas.
A crítica social foi o que despertou mais gargalhadas nos espectadores. Já a recriação do mundo da fantasia conseguiu enternecer os presentes. Era impossível não sorrir ao ver dezenas de crianças mascaradas de gnomos, de fadas ou de pequenos felinos.
A pequenada que assistia delirou particularmente quando avistou o carro do “Mundo Mágico da Disney”, com os participantes a ilustrar clássicos como “A Pequena Sereia” ou “O Rei Leão”.

“Sentimos mais frio
que nervosismo”

Às 16h00 os últimos participantes preparavam-se para iniciar a marcha. Faziam-se os últimos preparativos, recordava-se as coreografias e as letras, ajeitava-se o material de enfeite. «Sentimos sempre algum nervosismo antes de começar, mas este ano estamos a sentir e a sofrer mais é com o frio», confessava Cátia Girão, jovem de 17 anos, da Escola Batuque.
Quando o rei e a rainha do Carnaval iniciaram o percurso, por volta das 16h15, começou a pingar, obrigando a população a recorrer aos guarda-chuvas. Pouco depois choveu com alguma intensidade. Nessa altura as mãos dos espectadores só saíam dos bolsos do casaco para acenar ao rei Alexandre Nero (actor do elenco de “Paraíso”) e à rainha portuguesa “Melany Susana”, jovem de 18 anos natural de Anadia.
A maior parte dos visitantes abandonou o recinto antes das 17h00. O frio apelava ao calor do lar. Os prémios do Carnaval da Mealhada 2010 foram divulgados durante a madrugada, já depois do fecho desta edição.

“Agora a vida não
está para palhaçadas”
Os espectadores da edição deste ano do Carnaval da Mealhada consideraram, de forma geral, que o espectáculo em si foi «bom» e «agradável», excluindo o mau tempo, mas recordaram que «já houve anos melhores».
«Venho há uns dez anos e já vi isto mais engraçado, mas ainda assim gostei», afirmou Pedro Castro, de 61 anos, que estava acompanhado dos filhos e dos netos. O morador da Mealhada garante que assistir ao corso «já faz parte da tradição».
Mas a folia e a história não são os únicos factores que levam gente ao Queimódromo. «Não vou mentir, eu venho principalmente pelas mulheres bonitas que cá estão», confessou João Silva, conimbricense de 32 anos.
Há ainda o caso de pessoas que foram, mas que «não estavam para aí viradas». «Eu vim, mas pensei não vir. Com isto da crise a vida não está para estas brincadeiras e palhaçadas»,
explicou Joana Serafim,
de 43 anos.

D C

1 comentário:

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=EDofROqYsKw



http://www.youtube.com/watch?v=_UJrKW9aJ7M


http://www.youtube.com/watch?v=PGM2i5eb8mI


http://www.youtube.com/watch?v=pDLCBO7gqOI

http://www.youtube.com/watch?v=Xf0FMiyF3W4


Jovem Mealhadense!