domingo, 24 de agosto de 2008

A ESTRADA


A estrada
Os homens, esquecidos

do que não se esquece,
passam distraídos
como se nada acontecesse.
Dos grupos de esquina
escapam-se risadas.
São sonhos pintados de purpurina.
Histórias obscenas de fadas.
Nas palavras que entretêm
nem um suspiro transparece.
E vão, e vêm,
como se nada acontecesse.
Dedos que em assombros
se enclavinham,
poisam, esquecidos, nos ombros
que os adivinham.
Os lábios secos, amarelecidos
por ventos de rancor,
esquecidos,
enunciam teoremas de amor.
Pomo

da estrada
que amadurece.
Como
se nada
acontecesse.
(António Gedeão)

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