Vivo na espera de um milagre
Trabalhando de sol a sol
Pensando que se constrói felicidade com dinheiro
Imaginando um dia ser um explorador
Passar de torturado a torturador
Acreditando que sendo mais uma peça de engrenagem, me vou tornar um motor
Pobre de mim, de minhas ilusões
Em acreditar que o capitalismo será meu parceiro
De sonhar com um banco cheio de dinheiro
Quem sabe, ser mais um tio Patinhas
Que palermice a minha!
Vou sofrer como um pobre boi no matadouro
Vão tirar-me o couro
Vender a minha carne
Tirar as minhas entranhas
Serei só mais um pobre animal indefeso
Treinado para caminhar até ao matadouro
Tapam-me olhos e dizem para acreditar no pastor que me vai conduzir
Deram-me até o direito de reproduzir
Fabricar crias para serem parafusos de engrenagem quem sabe um dia uma peça maior
Mais nunca um motor...
Posso comer
Não muito, senão vou-me acomodar
E um vagabundo me tornar.
Meu pai falava-me
Vai estuda que assim a tua vida vai mudar
E com certeza mudou
Hoje sou um pobre Homem
Sabendo que sou explorado
Que leu Marx e trabalha como antes
Acreditando em uma revolução que não sei quem a fará
Talvez eu até participarei
Mas o capital ainda me consome
Meu sangue pinga no pão do meu filho
Hoje não irei mais para um matadouro
Mas serei emboscado
E sobre porões de tortura ser esquartejado
Não por militares
Mas por grandes monstros tiranos do capital
E meu filho será servido como carne fresca, para a fornalha que aquece o sistema
Ainda sou um pobre inútil
Mas tenho uma arma que não me será retirada
E será a solução para todos
A minha UTOPIA.
Para todos os que tentam roubar o sonho ao Homem, não dando oportunidades, tapando entradas, criando lobies a seu belo prazer, num desprezo completo pelas regras da cidadania...
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