O medo é uma emoção altamente manipulável pelo poder, como bem sabem todos os déspotas. Oprime, desencoraja, ilude e cega. É adversário da liberdade, da consciência, da confiança e da paz. Quem sente medo, está cercado de inimigos. Não vê beleza numa árvore, porque acha que ela lhe pode cair em cima da cabeça. Não se entrega a uma paixão, porque percebe o amor como sofrimento. Refugia-se na sua fortaleza individual e prepara-se para responder aos ataques. Porque o medo apela ao conflito. Chama-o. Deseja-o. Só assim pode obter a confirmação de que é real e necessário.
1 comentário:
Um poema para ti...
Caminhante, as tuas pegadas
São o caminho e nada mais;
Caminhante não há caminho,
O caminho faz-se ao andar.
Ao andar faz-se o caminho
E ao olhar-se para atrás,
Vê-se a senda que jamais,
Se há-de voltar a pisar.
Caminhante não há caminho,
Somente sulcos no mar.
António Machado
da sua obra
"Cantares"
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