Não procures o eterno,
O eterno sol,
Mas procura reter asa e momento.
Não o que volve em pulsação cansada,
Mas o que é nunca em vastidão e nada.
Não procures reter a mão estendida
Mas a que esconde a incógnita penumbra.
Chama as Irmãs da Morte
Como chamasses por Irmãs na Vida.
Tu sabes do Aviso que te envolve.
Tu sabes - ou não sabes? - dessa Grécia
Onde te deram a beber cicuta?
Tu sabes - ou não sabes? - da permuta
Entre o preço das auras e do pó?
Tu sabes o que viste e o que escolheste?
Tu sabes. E andas tonta,como a pomba
No altar do sacrifício a querer voar.
Tu sabes o que queres saber de mais
E conheces a próxima Estação.
Tu sabes tudo. E finges
Como a Esfinge
Que dormes o mistério do Deserto
E a dormir viverás.
Tu sabes o que viste e o que escolheste.
Tu te sabes. E sabes que morreste
E morrias em paz.
Natércia Freire
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