sexta-feira, 12 de junho de 2009

A CRISE...A CRISE DE QUE POUCOS FALAM!



Todos vivemos tempos de crise, todos se movem como esquizofrénicos, falam do mesmo sempre que tem uma oportunidade, falam e falam, vivem no pior dos cenários, não têm, mas não têm o quê? Até porque o Algarve está cheio e maioria são portugueses. Então muitos perguntam, porquê? Falam da crise como de uma vaidade se tratasse! Falam em directo da praia, mas não de uma praia qualquer, é, queixam-se porque agora como houve estes feriados tiveram de tirar umas míni férias, como se tivessem contraído uma doença grave, e então lá rumaram até ao Algarve...Outros, esses sim, já pensam em como podem dar de comer aos filhos, até porque a cantina fecha nas férias escolares, e na cantina da escola é que eles (filhos) tinham uma refeição diária completa, já fazem contas de como vai ser no fim do verão para comprar os manuais escolares. Vivem a angustia de estarem desempregados, pensam que no outro dia não podem beber leite, porque a prioridade é os filhos, pensam que agora neste tempo de colheitas ainda tem umas batatas uns tomates, alfaces e mais alguns legumes que a terra lhes dá,isto para aqueles que ainda tem um quintal para cultivar, mas pensam que mesmo no verão, gostando-se de coisas mais frias, os seus filhos não vão gostar de comer sempre saladas.
Eles já estão a poupar os trocados para os livros e para mais umas outras poucas coisas que lhes vão fazer falta. Há uma coisa que eles não tem falta é de amor, pois as dificuldades une-os, amarra-os, fortalece-os.


Agora eu pergunto-me, porque é que os portugueses se queixam tanto? Quando os que tem razão para o fazer se reservam ao silêncio um silêncio por vezes doentio... Não é que não que todos nós não tenhamos razão, mas os que mais necessitam estão calados confinados a viver calados, porque a fome, a dor de não terem, os faz guardar as palavras para confortaram-se uns aos outros numa ânsia de que nada acabou tudo pode começar por aqui, vêem que tem no amor o elo mais forte, o elo da sobrevivência da esperança. Pois estão acostumados a a viver e a conviver com as dificuldades, essas que lhes tem dado o que a escola não ensina, Porque por muito que se estude por mais formações que obtenham, é nas dificuldades da vida sejam elas económicas, na saúde, são elas por pior que sejam nos unem fazem crescer. Uns não acreditaram, mas muitos dos que neste momento me estão a ler sabem do que falo e sabem que existe verdade no digo, porque já lá diz o povo só quem passa por elas sabe dar o devido valor às “coisas”. São estes que agora estão mal, que quando saírem desta fase da vida estão preparados para usufruir com “tudo” os pequenos prazeres da vida, dos locais, são eles que se fascinam com aquele pôr do sol junto ao mar, coisa que muitos já não sentem, porque o ter não quer dizer sentir!

Uma pátria de angústia
No lento anoitecer
Coroa o dia álgido
No verão de ardentes sóis.
Vão morrer os heróis.
A voz crepuscular
Dos campos e das ondas
Agoniza comigo.
E promete e promete
Imensas alquimias
Em braços de outros Dias.
Em bocas de outro Mar
Os deuses vão voltar.
Há quanto tempo eu estou
Marcada a fogo e ferro
Na paz do meu desterro
Na morte sem enterro.
Oiço-te,Mãe,na bruma
Tangendo às nossas filhas
Um instrumento de espuma
Forrado a sumaúma...
E ele,o meu ser de gelo,
O meu senhor de frio,
Amarra-me o cabelo
Aos flancos do navio.
Natérciaa Freire

3 comentários:

Victor S. Gomez disse...

Bela postagem amigo. Abraços

Anónimo disse...

... A crise é de todos os que fazem silencio, e mesmo assim a vaõ contornando...........e são muitos .Belo sentido de oportunidade.....

Anónimo disse...

Exelente post!!!!!! Como é bom mostrar o que os politicos não fazem sem insultos ou demagogias bacocas. PARABENS!!!