quinta-feira, 16 de abril de 2009

ESTOU VIVO E ESCREVO SOL


Para o Pirandelho, o senhor (a) detentor da "inteligência" mealhadense, dono da razão, dono da... Pirandelho, um ser onde só mora a moralidade, onde na só passa a verdade, um ser que, tudo 0 que ninguém sabe nem vê... sabe o Pirandelho...


Eu escrevo versos ao meio-dia

e a morte ao sol é uma cabeleira

que passa em frios frescos sobre a minha cara de vivo


Estou vivo e escrevo sol

Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam

no vazio fresco

é porque aboli todas as mentiras

e não sou mais que este momento puro

a coincidência perfeita

no acto de escrever e sol


A vertigem única da verdade em riste

a nulidade de todas as próximas paragens

navego para o cimo

tombo na claridade simples

e os objectos atiram suas faces

e na minha língua o sol trepida


Melhor que beber vinho é mais claro

ser no olhar o próprio olhara maravilha é este espaço aberto

a rua

um grito

a grande toalha do silêncio verde


António Ramos Rosa

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