sexta-feira, 6 de março de 2009

O POETA ALEGRE É UMA TRISTEZA!...


Se seguisse o que dita o seu pensamento e o apelo do verbo que vai escorrendo para os inúmeros livros que publica, certamente não teria a reforma vitalícia e muito menos a condecoração presidencial que virá...

Mário Soares é que tinha razão. Soares é que o topa bem. Ao ser como é, ao agir como age, Alegre tornou-se na metafísica do nada, no abismo do vazio, do poema sem alma. Entrou num processo de auto-descaracterização. De eutanásia política. O seu relativismo político, gerador de permissividade, ainda lhe sequestrará o papel que, de facto, teve na história política contemporânea. Por tantas omissões e ausências forçadas - Alegre é, hoje, uma existência sem aspiração, um mero promotor de denúncias do vazio. Um poema sem letras. Alguém ofereça um novo mapa ao poeta... De preferência que tenha escrito duas palavrinhas: responsabilidade e coerência.
Por isso aqui vai Alegre:

Sabe-se que com a idade algumas pessoas vão perdendo discernimento. Outras lembram-se, de repente, que têm direito a ser heróis ou a fazer coisas que em idade de sã consciência não fariam. Manuel Alegre, o nosso poeta, que parece que ainda é militante do PS, não foi ao Congresso do Partido. Não é que fizesse falta, acho eu, porque todos os que poderiam fazer falta estiveram lá. O nosso poeta anda muito chateado com José Sócrates, porque este não o deixa brilhar? Ou será que anda a pensar em concorrer à Presidência da República e decidiu dar uma de sem-partido, como em tempos fez o Prof. Cavaco? É triste ver o poeta Alegre tomar posições aparentemente levianas. Olho para trás e não me lembro que Manuel Alegre tenha feito qualquer coisa de extraordinário pelo país, à parte os versos heróicos. Mas essa faceta poética já todos nós lhe andamos a pagar há trinta e tal anos, desde que se tornou deputado e ainda não quis outra vida. É verdade que não é o único revolucionário a quem eu ajudo a pagar o vencimento desde o 25 de Abril e que ainda não me deu nada em troca. Mas talvez fosse altura de se reformar, deixando-nos ao menos com os seus belos versos, em vez de ficarmos com a ideia de que toda a vida não passou de um revolucionário inútil. E já há tantos!

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