Depois da notável lição de Marques Mendes na véspera, Paulo Rangel foi ontem à Universidade de Verão do PSD contrariá-lo no essencial. Não encontrou melhor autor para recomendar aos jovens sociais-democratas que fazem o seu tirocínio político em Castelo de Vide do que Maquiavel. "A política é autónoma da ética e a ética é autónoma da política. E essa é a grande lição d' O Príncipe", sublinhou o novo eurodeputado social-democrata. Contrariando assim uma das pedras basilares do pensamento do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro: "A política sem ética é uma vergonha."
Sá Carneiro era certamente leitor de Maquiavel. Mas sou incapaz de imaginá-lo a recomendar a um grupo de jovens estreantes nas lides partidárias o autor renascentista como caução intelectual para a separação entre ética e política. Sabendo-se que este é um dos problemas de fundo da vida política portuguesa, mais me custa ainda perceber as vias sinuosas subjacentes ao discurso de Paulo Rangel. Uma tremenda desilusão.
Sá Carneiro era certamente leitor de Maquiavel. Mas sou incapaz de imaginá-lo a recomendar a um grupo de jovens estreantes nas lides partidárias o autor renascentista como caução intelectual para a separação entre ética e política. Sabendo-se que este é um dos problemas de fundo da vida política portuguesa, mais me custa ainda perceber as vias sinuosas subjacentes ao discurso de Paulo Rangel. Uma tremenda desilusão.
3 comentários:
Ofendo-me sempre com as virgens ofendidas.
Não foi Pina Moura quem disse a frase mais lapidar acerca da ética:
"A minha ética é a lei"?
Esperar-se-ia mais do Dr. Rangel do que recomendar a uns miúdos que mal pensam por si e debitam o que lhes é debitado, um livre que por parecer tão simples de ler, tantos não o compreendem.
Ao recomendar Maquiavel mediante esses argumentos não demonstra nada mais do que uma ignorância face à obra e ao autor.
O erro não é a recomendação, nem ler sequer o "O Príncipe", creio que o erro seja sobretudo na forma como foi dito e a quem dito. A apropriação da língua portuguesa pela palavra "maquiavelismo" induz algo conotado como "errado" ou "mal". E depois, certos senhores, tentando demonstrar a sua sabedoria política invocam Maquiavel, demonstrando que simplesmente ñ compreendeu o livro...
Rangel, têm de crescer intelectualmente, mas, tem de crescer muito.
Porque para se defender a sua "Ama", não tem de ser tão medíocre nas suas argumentações, parece que deixaram de pensar. O que só nos leva a pensar que o PSD está de cabeça perdida, que ouve o que bem de dentro e não quer admitir que Marques Mendes é um senhor na política, que pensa, e bem, sabe criticar sem” grandes ondas”, diz o que a politica deve ser e, não o que alguns querem que ela seja. Rangel tem de crescer mesmo, e não alargar no físico, porque na concepção está a ficar atrofiado, com ideias muito conservadoras, tipo velho de 69 anos que viveu bem no 23 de Abril…
Com Marques Mendes, só temos a confirmação de que este homem foi o melhor líder do PPD/PSD a seguir a Sá Carneiro. eu só não entendo o porquê das quezílias que foram criadas que levaram ao seu afastamento da vida politica, porque caso ele continua-se como líder deste partido, teríamos hoje um PPD/PSD moderno e preparado para ser uma boa alternativa ao Eng. Sócrates (PS)…
A Dra. Suzana Toscano é outra pessoa que veio demonstrar que os assessores de Cavaco fizeram o Programa de governo do PSD, então para quê desmentir? Se não existem capacidades no PSD de hoje para o fazer (programa eleitoral), então que o admitam, e só digam que sim, que Cavaco e os seus assessores fizeram o programa eleitoral do PSD.
Agora fica mal, é à dita doutora (Suzana Toscano) dizer que estava na universidade de verão da JSD, a título pessoal, que têm vida própria, portanto faz o que bem entende a nível particular, (mal)
Alguém se está a esquecer que cavaco no dia em que assumiu a presidência da república, passou a ser o Presidente de todos os portugueses. Tem uma consciência política, sim , mas deve utiliza-la com maior isenção possível, porque senão corre o risco de ser o primeiro Presidente da Republica, da história da nossa democracia, fortemente tendencioso, ser um Presidente executivo, é algo que lhe está vedado pelo sistema semi presidencialista, porque quem deve governar é o primeiro-ministro, e este é fiscalizado pelo parlamento e pelo senhor Presidente, que promulga ou veta os diplomas emanados do parlamento ou conselho de ministros, e aí entra a sua consciência politica, mas nem sempre a poderá colocar acima dos interesses nacionais , até porque o legislador também foi eleito por uma maioria dos portugueses , que ao votar aceitou um programa eleitoral.
Cavaco devia conversar com os seus assessores em particular e dizer-lhes que devem ser isentos, pois não devem fazer o que bem entendem, porque estão assessorar o Sr. Presidente nas várias matérias que chegam à presidência e não para fazerem politica e campanha como simples cidadãos e por uma determinada facção política, até porque a Presidência da Republica Portuguesa não é executada a meio tempo, porque a sua importância e prestigio que tem é para ser levada com muita dedicação pela causa pública, por isso se é presidente mesmo quando se dorme, e os seus assessores devem ter o mesmo principio, por isso foram escolhidos e aceitaram ser, e o que são é do mais prestigiante que se pode ser na sociedade Portuguesa.
Para tal a Presidência da república tem um orçamento próprio para a sua casa civil e militar, bem como para a 1ª Dama de Portugal.
Pede-se um pouco mais de contenção e isenção, para isso aceitaram ser assessores da mais alta magistratura da nossa democracia.
PS: A Dr.ª Manuela Ferreira Leite, devia ter pedido a colaboração era do Dr. Marques Mendes, talvez o seu programa eleitoral fosse um programa com pés e cabeça, bem estruturado, tolerante, sem este conservadorismo exacerbado…
Enviar um comentário