quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ÉTICA NA POLÍTICA


Depois da notável lição de Marques Mendes na véspera, Paulo Rangel foi ontem à Universidade de Verão do PSD contrariá-lo no essencial. Não encontrou melhor autor para recomendar aos jovens sociais-democratas que fazem o seu tirocínio político em Castelo de Vide do que Maquiavel. "A política é autónoma da ética e a ética é autónoma da política. E essa é a grande lição d' O Príncipe", sublinhou o novo eurodeputado social-democrata. Contrariando assim uma das pedras basilares do pensamento do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro: "A política sem ética é uma vergonha."
Sá Carneiro era certamente leitor de Maquiavel. Mas sou incapaz de imaginá-lo a recomendar a um grupo de jovens estreantes nas lides partidárias o autor renascentista como caução intelectual para a separação entre ética e política. Sabendo-se que este é um dos problemas de fundo da vida política portuguesa, mais me custa ainda perceber as vias sinuosas subjacentes ao discurso de Paulo Rangel. Uma tremenda desilusão.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ofendo-me sempre com as virgens ofendidas.
Não foi Pina Moura quem disse a frase mais lapidar acerca da ética:
"A minha ética é a lei"?

Anónimo disse...

Esperar-se-ia mais do Dr. Rangel do que recomendar a uns miúdos que mal pensam por si e debitam o que lhes é debitado, um livre que por parecer tão simples de ler, tantos não o compreendem.
Ao recomendar Maquiavel mediante esses argumentos não demonstra nada mais do que uma ignorância face à obra e ao autor.
O erro não é a recomendação, nem ler sequer o "O Príncipe", creio que o erro seja sobretudo na forma como foi dito e a quem dito. A apropriação da língua portuguesa pela palavra "maquiavelismo" induz algo conotado como "errado" ou "mal". E depois, certos senhores, tentando demonstrar a sua sabedoria política invocam Maquiavel, demonstrando que simplesmente ñ compreendeu o livro...

Egídio Peixoto disse...

Rangel, têm de crescer intelectualmente, mas, tem de crescer muito.
Porque para se defender a sua "Ama", não tem de ser tão medíocre nas suas argumentações, parece que deixaram de pensar. O que só nos leva a pensar que o PSD está de cabeça perdida, que ouve o que bem de dentro e não quer admitir que Marques Mendes é um senhor na política, que pensa, e bem, sabe criticar sem” grandes ondas”, diz o que a politica deve ser e, não o que alguns querem que ela seja. Rangel tem de crescer mesmo, e não alargar no físico, porque na concepção está a ficar atrofiado, com ideias muito conservadoras, tipo velho de 69 anos que viveu bem no 23 de Abril…
Com Marques Mendes, só temos a confirmação de que este homem foi o melhor líder do PPD/PSD a seguir a Sá Carneiro. eu só não entendo o porquê das quezílias que foram criadas que levaram ao seu afastamento da vida politica, porque caso ele continua-se como líder deste partido, teríamos hoje um PPD/PSD moderno e preparado para ser uma boa alternativa ao Eng. Sócrates (PS)…
A Dra. Suzana Toscano é outra pessoa que veio demonstrar que os assessores de Cavaco fizeram o Programa de governo do PSD, então para quê desmentir? Se não existem capacidades no PSD de hoje para o fazer (programa eleitoral), então que o admitam, e só digam que sim, que Cavaco e os seus assessores fizeram o programa eleitoral do PSD.
Agora fica mal, é à dita doutora (Suzana Toscano) dizer que estava na universidade de verão da JSD, a título pessoal, que têm vida própria, portanto faz o que bem entende a nível particular, (mal)
Alguém se está a esquecer que cavaco no dia em que assumiu a presidência da república, passou a ser o Presidente de todos os portugueses. Tem uma consciência política, sim , mas deve utiliza-la com maior isenção possível, porque senão corre o risco de ser o primeiro Presidente da Republica, da história da nossa democracia, fortemente tendencioso, ser um Presidente executivo, é algo que lhe está vedado pelo sistema semi presidencialista, porque quem deve governar é o primeiro-ministro, e este é fiscalizado pelo parlamento e pelo senhor Presidente, que promulga ou veta os diplomas emanados do parlamento ou conselho de ministros, e aí entra a sua consciência politica, mas nem sempre a poderá colocar acima dos interesses nacionais , até porque o legislador também foi eleito por uma maioria dos portugueses , que ao votar aceitou um programa eleitoral.
Cavaco devia conversar com os seus assessores em particular e dizer-lhes que devem ser isentos, pois não devem fazer o que bem entendem, porque estão assessorar o Sr. Presidente nas várias matérias que chegam à presidência e não para fazerem politica e campanha como simples cidadãos e por uma determinada facção política, até porque a Presidência da Republica Portuguesa não é executada a meio tempo, porque a sua importância e prestigio que tem é para ser levada com muita dedicação pela causa pública, por isso se é presidente mesmo quando se dorme, e os seus assessores devem ter o mesmo principio, por isso foram escolhidos e aceitaram ser, e o que são é do mais prestigiante que se pode ser na sociedade Portuguesa.
Para tal a Presidência da república tem um orçamento próprio para a sua casa civil e militar, bem como para a 1ª Dama de Portugal.
Pede-se um pouco mais de contenção e isenção, para isso aceitaram ser assessores da mais alta magistratura da nossa democracia.
PS: A Dr.ª Manuela Ferreira Leite, devia ter pedido a colaboração era do Dr. Marques Mendes, talvez o seu programa eleitoral fosse um programa com pés e cabeça, bem estruturado, tolerante, sem este conservadorismo exacerbado…