quinta-feira, 28 de maio de 2009

SERÁ? TEMOS HOMEM!...


O depoimento de Oliveira Costa transcende em importância tanto a situação de Dias Loureiro como a responsabilidade moral de Cavaco Silva sobre ambos. Não terei sido o único a ficar surpreendido, aposto, com o registo de completa descontracção do preso à solta. Parecia que tinha nascido para aquele papel de arrebimbomalho e estar na cerimónia da sua consagração como rockstar da banca. À saída, depois de 8 horas a reduzir Loureiro, Coimbra e Cadilhe a farrapos e dos relatos a operações à próstata com pós-operatórios heróicos e outras maleitas do camandro, não resistiu a mandar bocas encharcadas de lubricidade às jornalistas que o cercavam. Era como se tivesse 20 fogosos anos e um descapotável estacionado em frente à escadaria de S. Bento para levar alguma a dar uma voltita pela Marginal. Quer-se dizer, temos homem.

Todos os que trabalharam no BPN e SLN, ou foram accionistas, têm uma responsabilidade que está em relação directa com a sua posição na hierarquia e o seu poder accionista. Assim, basta olhar para a listagem desse grupo de pessoas e identificar a tipologia do envolvimento ético daqueles que aceitaram ter um líder como Oliveira Costa. Ficámos ontem a saber algo mais sobre eles, através do muito que se tornou transparente nas opacas declarações à comissão de inquérito. O que fica é um retrato debochado, imagem de gente que provavelmente terá ficado tão intoxicada com a facilidade com que todos enriqueciam que perderam o contacto com a realidade. A promiscuidade com os poderosos, as engenharias dos financiamentos partidários, as protecções e cumplicidades das direcções políticas, os cruzamentos amiguistas, os nós de interesses financeiros e as filiações pessoais, mais do que chegavam para um sentimento de impunidade blindado. Por isso se dizia, quando o caso começou, que seria impossível Dias Loureiro deixar-se apanhar — tão fundo, e tão alto, chegava o seu poder.

Outro elemento de interesse antropológico está na reacção dos blogues da direita ranhosa. Silêncio traumatizado e cobarde até à demissão do Loureiro, imediata reacção histérica após a notícia com imbecis ataques a Sócrates. Imbecis e reveladores daquilo que Oliveira Costa, fazendo História, desvelou na sede da democracia: há muitos que trocarão a alminha e o cuzinho por trocos só para protegerem a sociedade lusa dos negócios.
Val

2 comentários:

Anónimo disse...

Carlos Cabral averbou ontem na EB 2 3 da Mealhada a primeira derrota.
O concelho espera que se mantenha a dinâmica.

Anónimo disse...

António Miguel Ferreira tem demonstrado que é um ser desprezivel.

Suspeito que o facto radica na sua ida para teceiro lugar da Lista para a Câmara. O segundo lugar encaixava que nem uma luva. Na ausência de Carvalheira que, após derrota, mete o rabo entre as pernas e vai viver para longe António Miguel faria o que sempre sonhou, ser o número 1 de qualquer coisa.

Este oportunista fala em nome do Partido, uma vez que, suspeitamos que César Carvalheira tenha ficado, repentinamente, afónico; ou então que tenha sido João Peres a indicá-lo.

Miguel Ferreira faz o que sempre fez: o que lhe manda.

Miranda Ferreira “esfola-se” por justificar o apagamento do Partido desde que a CPS foi eleita; fala de trabalho e mais trabalho interno e refere que este não se vê.
Somos tentados a concordar: não se vê, de facto.

Miranda Ferreira é o “longa manus” de uma estratégia definida na antecâmara do poder (interesses Peresianos)

Este apregoa nas ruas um PSD letárgico e sem dignidade na Era Carlos Marques e assume a “apologia do nós”, perspectivando um Partido perfeito na Era César Carvalheira.

Lamentável e repugnante!

A Miguel Ferreira cola-se, subliminarmente, o pior dos defeitos: dizer o que lhe mandam e não o que sente.