A divulgação do ranking das escolas do ensino secundário foi divulgado esta semana mas mal foi notícia, os jornais limitaram-se a tratá-lo como se fosse o final de um campeonato da terceira divisão, viram quem ganhou, quem desceu e identificaram as primeiras escolas públicas. É uma pena, o ranking das escolas poderia servir para uma reflexão séria sobre a situação do ensino em Portugal.
Não entendo a razão porque se presta tanta atenção ao topo da classificação, onde o ensino público está quase ausente e ninguém se incomoda em analisar as escolas pior classificadas. Serão em locais de grane pobreza? Terão quadros de professores pouco estáveis? Enfim, poder-se-iam colocar muitas interrogações.
Por exemplo, seria interessante comparar os modelos de gestão das escolas bem classificadas com as do final da lista. Um estudo sério sobre as aptidões e projectos promovidos pelas diversas escolas poderia ajudar a compreender as diferenças. Afinal, quando se avaliam as escolas não se está a avaliar apenas os alunos cujos resultados nos exames servem para a classificação das escolas, está-se também a avaliar os gestores e os professores das escolas.
Seria muito interessante comparar a qualificação dos professores das escolas privadas que lideram o ranking com os das escolas públicas. Ajudaria a perceber melhor a realidade do nosso ensino se fossem comparados os vencimentos auferidos pelos professores das escolas privadas com os das escolas públicas.
Porque não comparar as taxas de absentismo entre escolas públicas e escolas privadas e entre as escolas no topo do ranking com as do fim da lista?
E como há muita gente a tentar justificar as misérias das escolas com a miséria social seria interessante proceder a um estudo sociológico das escolas públicas e das escolas privadas. Não tenho grandes dúvidas de que, em regra, as diferenças poderão ser grandes, mas serão assim tão grandes entre as escolas privadas de Lisboa e liceus da capital como o Liceu Camões e o Liceu Pedro Nunes.
O ranking das escolas suscita muitas dúvidas, mas parece que ninguém está interessado em esclarecê-las, começando pelos sindicatos dos professores que normalmente não perdem uma oportunidade para ocupar a comunicação social mas que desta vez optaram pelo silêncio. Compreende-se, há coisas em que não convém mexer porque cheiram mal.
2 comentários:
O professor Gaius, agora com a moral elevada e com a noçao do dever cumprido, é o melhor para resolver estes casos.
Tu sempre gostaste do Nicollo Maquiavel. A ele te tens referido por diversas vezes. É por isso que sabes que quanto mais próximo o homem estiver de um desejo, mais o deseja; e se não consegue realizá-lo, maior dor sente.
É o que tu sentes agora Gaius e ficas a saber que a minha maior enciclopédia é o meu cérebro que nunca precisou de andar a passear por universidades particulares, aquelas cujos cursos, por exemplo, a Ordem dos Advogados teima em não reconhecer.
Tenho muita pena, mas no Domingo anterior talvez estivesses para celebrar com Moet & Chandon D. Perignon Brut Vintage 1999. Este champanhe respira vida, no nariz sente-se uma espiral de aromas com toques de angélica, flores secas, abacaxi, coco, canela, cacau e tabaco. A amplitude surge na boca, a complexidade está a flor da pele. Indescritível!!! O César tinha lá muitas preparadas.
O PSD vai dar mais um bom exemplo. Parece que quatro dos da lista para a Câmara não assumem os lugares. Eram todos tão bons que mal perderam decidiram voltar as costas aos eleitores. Uma vergonha.
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