sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DE TARDE


Naquele piquenique de burguesas

Houve uma coisa simplesmente bela

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o Sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda

Dos teus seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas!

Cesário Verde

1 comentário:

Anónimo disse...

O Canilho faz uma pregunta encomendada ao presidente da adega cooperativa:
O senhor sabe que a anterior direcção está a ser investigada pela policia judiciaria?
Não digo que sim nem que não.
Mas o homem não sabe que todos sabemos que foi ele quem foi bufar para a judiciaria e pedir a investigação?
Se todos sabemos para que o esconde?