Não vou discutir das vantagens e desvantagens do método das “directas” na eleição dos líderes partidários. Não há sistemas perfeitos e pelo menos este respeita uma regra básica da democracia: um homem, um voto.
No entanto, numa altura em que os partidos estão demasiados concentrados nas suas questões internas, alterar o método de eleição mantendo o Congresso depois das “directas” anulou a possibilidade de confronto de propostas, ideias e projectos. Esse facto fez com que os partidos se fechassem cada vez mais sobre si mesmos.
Para que haja de novo reflexão interna e para que se possa saber o que realmente propõe cada candidato à liderança, seria aconselhável fazer primeiro um Congresso onde os candidatos se apresentam e defendam o seu projecto político alternativo, em igualdade de circunstâncias, dando depois espaço para os militantes participarem na discussão. Depois os vários candidatos fariam a sua campanha, com debates e entrevistas, e só após este período de intenso debate e esclarecimento é que se farias eleições “directas”.
Este sistema permitiria um Congresso verdadeiramente interessante e útil, uma campanha mais esclarecedora e, consequentemente, um processo de escolha mais equilibrado, justo, participado e democrático.
Paulo Amaral Barata
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