Logotipo da futura Orange TV, sucessora da RTP-1
O que há de comum entre Passos Coelho e Chávez? Aparentemente, muito pouco ou nada: Passos é fan do absolutismo capitalista e do Estado reduzido às funções de law & order, nos antípodas de qualquer conceito de social-democracia. Chávez é mais um ditador liberticida a caminho do comunismo e, a prazo, da pobreza, da falência e da queda. Passos é educado e cuida melhor da sua aparência física do que Chávez. Passos não tem carácter nem carisma, Chávez abunda nesses artigos. Em tudo, ou quase, Passos e Chávez são praticamente o oposto um do outro.
Mas hoje mesmo li sobre nova medida do ditador venezuelano para calar a televisão que não o incensa, medida que me fez lembrar a conhecida proposta de Passos Coelho de privatização do canal 1 da RTP. Tal como acontece com a ditadura de Chávez, à direita portuguesa não basta ter quase toda a comunicação social, quere-a toda. Nisso Chávez e Passos parecem-se bastante, embora com estilos e justificações diferentes.
A justificação, em Portugal, pode não parecer ideológica, mas no fundo é-o, de sinal contrário. Suprimir a televisão pública ou confiná-la a um pequeno canal de vocação mais cultural e elitista (logo, pouco comercial...) é um projecto ditado por uma ideologia anti-estatista, anarco-liberal, que pretende fazer imperar o dinheiro em todo o lado, transformando os tugas em robots dos tais "mercados" que Manuela Ferreira Leite deifica. Dizer que o Estado não deve ter um canal de televisão é dizer que a televisão deve ser propriedade exclusiva do capital privado, e dizer isso é defender que a televisão deve ser coutada da direita. É a ideologia totalitária do mercado aplicada à comunicação social, à liberdade de expressão, ao pluralismo informativo.
Como Belmiro de Azevedo já o disse com a sua proverbial boçalidade, a comunicação social privada pode fazer as campanhas políticas que lhe apetecer, inclusive campanhas porcas contra o governo socialista, porque o capital é seu, não do Estado. O governo, se quiser imprensa isenta, "tem que meter lá o dinheiro!" - bradou o sincero engenheiro.
A matilha laranja não gosta da RTP, que não alinha no necessário coro afinado para derrubar governos socialistas. A RTP é uma fífia nesse coro. Pacheco Pereira odeia a comunicação social que, sob governo socialista, não cultiva o pessimismo sistemático. Pacheco e a direita histérica acusam o governo de querer afastar Marcelo Rebelo de Sousa da RTP. Eles acham, até, que António Vitorino estava lá a mais. Pacheco Pereira disse-o preto no branco na Quadratura do Círculo: Vitorino teria sido posto na RTP simplesmente "para fazer pendant com Marcelo - o que é absurdo" (sic). Para este comentador político ultra-sectário, António Vitorino não teria inteligência, nem talento de comunicador, nem qualidades de analista político que justificassem a sua presença num programa da RTP. Foi só para 'fazer pendant'... Grande palhaço, este Pacheco!
A dupla palhaço rico PP/palhaço milionário Lobo Xavier, by Sharkito
A direita precisa de uma televisão monolítica para sustentar o seu poder político sem estes longos e irritantes períodos de jejum que a alternância gera e a que Passos Coelho chama, com displicência acaciana, "cair no rotativismo". A RTP tira mercado de publicidade ao tio Balsemão, que está completamente endividado e também se sente "asfixiado". A RTP não deixa expandir-se mais o canal da Ongoing do amigo Vasconcelos. A matilha laranja quer dividir a televisão pública entre os amigos e receptadores do costume, para nos poderem enfiar pela goela abaixo as homilias rançosas de Pachecos Pereiras e os histerismos de Manuelas Mouras Guedes em todos os canais, de manhã, de tarde e à noite.
Mesmo na Itália berlusconiana há vários canais públicos generalistas. Em França, em Espanha, em Inglaterra, na Alemanha, por toda a Europa existem e desempenham uma função de equilíbrio no panorama da comunicação televisiva. Aqui, é bom que se saiba que o candidato mais bem colocado (até agora) para ascender à liderança do PSD, quer acabar com o canal generalista da RTP, que nos últimos cinco anos tem tido entre 22 e 25% de audiência. É bom que se saiba porque, graças ao "rotativismo" que Passos Coelho abomina, em breve poderemos ter este fulano no poder, onde promete completar o império do dinheiro na televisão.
Nik
6 comentários:
O´Egidio, tu sempre foste um Burro, agora também já opinas sobre politica.
Não me lembro de te ver fazer algo pela terra onde cresces-te.
ó anónimo aprende a escrever depois vem chamar burro ao Egídio.
Não tens caracter, porque se o tivsses vias que não é assim como escreves que podes criticar as ideias do Egídio...
Tens de de crescer...depois...aparece e diz algo que contribuia para o sentido que querias dar ao teu zurrar...
Sabes que um Burro para Zurrar têm de ser inteligente, algo que tu meu caro anónimo não lidas bem, pareces mesmo aqueles que se glorificam pelo insulto e isso não é sinal de inteligencia, mas sim sinal de paranoía mal resolvida, um certo ar de anarquista sem saber o que quer dizer...
O anónimo das 14:13, disse o que me apetecia dizer, mas já disse, acrescento pensa se souberes pensar e não sejas mesmo burro, isto sem ofensa para os BURROS, entendeste?
De facto não concordo que para aqui venham chamar nomes de animais ao autor do blog. Mas não haja duvida que o amigo Egídio é um bocado para o "tendioso" e digamos pessimista. Nada ou quase nada escreve pela positiva. O tempo que gasta a dizer mal de tudo o que é laranja, MFL, PC, JP, etc., etc., devia escrever sempre a enaltecer as virtudes do partido rosa, e dos seus correligionários. Eu sei que os post`s teriam uma periocidade mais longa, talvez um ou dois por ano, porque é muito difícil descobrir virtudes nessa malta.
Já agora gostava de saber onde é que foi buscar a moda de chamar ao partido laranja de direita? Não me lembro de governo que tivesse governado mais á direita como o actual.
Ainda não viram que isto não foi escrito pelo egidio?
São mais burros que ele.
Será que vossas exelências frustadas do PSD Mealhada, não podiam deixar o Egídio em Paz. É que voçes como não sabem dizer nada contra os factos apresentados e, então partem para o taque pessoal ao dono do blogue.
Tenham vergonha, cresçam e respeitem as ideias dos outros.
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