quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O RELATÓRIO "PISA" E OS QUE PREFEREM PISAR O PAÍS...


No meio de tantas más notícias e sabendo-se que uma das causas das nossas dificuldades se encontram no ensino foi agradável saber que um relatório da OCDE conclui que o ensino em Portugal deu um pulo qualitativo significativo nos últimos anos, sendo esta evolução medida pela avaliação dos conhecimentos dos alunos em diversos domínios.

Pouco me importa quem ganha ou perde eleitoralmente, da mesma forma que não avalio eleitoralmente os sucessos de muitas empresas portuguesas, o trabalho meritório de muitos portugueses, sejam serralheiros, escritores, políticos ou portugueses, é destes resultados que se faz o progresso e quando for caso disso saberemos avaliar o trabalho dos governantes, neste como em muitos outros domínios.

É evidente que a fixação dos professores, que a crescente competência dos que gerem as escolas, o empenho dos profissionais do sector são factores determinantes para este sucesso. Da mesma forma que também o foram a aposta no sector, o esforço no combate ao abandono escolar, os investimentos na renovação do parque escolar, a introdução de novas tecnologias nas escolas, as reformas feitas no sector ainda que algumas tenham sido feitas de forma atabalhoada.

O importante agora é que se perceba que foi possível melhorar de forma significativa e que o potencial do que se pode melhorar ainda é muito grande, basta olhar para o ranking das escolas para se perceber que com recursos idênticos as assimetrias nos resultados são ainda muito grandes, muito para além do que se pode explicar como consequência de assimetrias económicas, sociais ou de natureza urbana ou geográfica.

Mas se o estudo serviu para mostrar que ocorreram melhorias significativas no ensino, também pôs em evidência a miséria humana que por grassa, demonstrando que há neste país muita gente mais empenhada que se vá ao fundo do que no seu progresso. Algumas posições que ouvi roçam o miserável, desde um conhecido sindicalista dos professores a um conhecido professor blogger. Mas se os que falaram despudoradamente puseram a miséria à vista, o mesmo se pode dizer de alguns silêncios, personalidades que nunca perderam a oportunidade para desqualificar o ensino e as políticas governamentais do sector.

Recordo-me, por exemplo, das acusação de facilitismo sucessivamente feitas por Pedro Duarte, o deputado do PSD que habitualmente representa este partido nas questões da educação, de Santana Castilho que nos seus artigos no Público ou nos seus comentários televisivos sempre tomou posições que a serem válidas Portugal estaria no fim da lista da avaliação da OCDE, e de muitas outras personalidades que não perderam uma oportunidade para achincalhar o ensino em Portugal até mesmo Manuel Maria Carrilho na sua primeira entrevista a Mário Crespo depois de regressar de Paris optou por desancar no ensino. A excepção a este comportamento miserável foi António Nogueira Leite que se despiu de opções partidárias e teve a coragem de elogiar os resultados.

4 comentários:

Anónimo disse...

Li e pasmei! Estive para deixar passar, como se nada fosse, como se aquelas palavras fossem completamente destituídas de valor semântico, estive para não comentar mas a raiva foi tanta que até o pobre do meu computador se queixou da força extrema com que bati nas teclas. Então o digníssimo autor deste verdadeiro hino à estupidez humana, deste delicioso naco de prosa fácil, bacoca, obviamente dirigida à (mediocridade nacional), acha que estamos no bom caminho porque existe uma instituição internacional que nos eleva acima de qualquer suspeita, no que respeita à educação das nossas gentes. Ora bem! O meu caro amigo já se perguntou por acaso como pode a tal instituição prononciar-se sobre este assunto? Nunca lhe passou pela cabeça que é de cá que partem os dados e que esses dados não são correctos, ou melhor, são resultado de manobras verdadeiramente subversivas por parte do poder instituído? Mas em que país vive o meu caro amigo? Já tentou passar por uma escolazinha, digamos do 2º o 3º ciclos para ver a desgraça que por lá anda? Como é que não consegue ver que o poder instituído se prepara para destruir o tecido escolar fazendo com que grande parte dos alunos que acabam, por exemplo, o 3º ciclo sejam verdadeiros analfabetos funcionais?
Parece-me que só a estupidez e o seguidismo político podem levar alguém a produzir um discurso destes! É que o partido actualmente no poder, que eu não hesito em apelidar de (verdadeiro partido de castrados políticos), só se interessa em alargar o circo por toda a sociedadecomo muito bem mostram os discursos do primeiro ministro que, numa atitude de provincianismo que excede o imaginável,passa o tempo a fazer publicidade de si próprio e da equipa maravilha que o cerca na condução da nossa nau. Então a nossa Lurdes está-se a rir! Mas de quê? Como é que se pode afirmar que a nossa educação trilha os caminhos do sucesso quando a desresponsabilização dos alunos e respectivos encarregados de educação grassa por aí sem que ninguém lhe ponha cobro?
Por último gostava só de o esclarecer que não me submeto nem pertenço a qualquer força política conhecida ou desconhecida, não conheço o Mário Crespo e nem tenho tempo nem paciência para ouvir os tudólogos que por vezes por lá passeiam a sua omnisciente e omnipresente sapiência. O que dita estas palavras é simplesmente a minha cabeça! Eu penso e vou existindo até um dia!

Anónimo disse...

O Quadro é mesmo Negro, declaração prévia não pertenço a qualquer partido ou movimento político e, de alguma
forma estou de acordo com o Egídio. Vamos ao assunto, se conseguir provar que os dados colhidos para o estu-
do, de que falamos, foram adulterados só tem que o fazer e, denunciar qual o "modus operandi" seguido na falcatrua, porque, foi mais ou menos este, o argumento que o lider da Fenprof usou para tentar canhestra-
mente desvalorizar o facto!
Conheci a realidade anterior ao 25 Abril, onde a determinada altura deixei de frequentar a escola, porque entendi
que os programas, apesar de exaustivos, eram limitativos ao desenvolvimento intelectual e do conhecimento dos
alunos, baseados mais em memória e não se podia sair do estabelecido!
Com a revolução confundiu-se liberdade com libertinagem, houve coisas boas outras más, começaram as mudanças curriculares, acabaram com o ensino técnico-profissional e, normalmente ao leme destas mudanças
estavam os profes e os setores e os seus sindicatos, muito preocupados com as suas carreiras!
Hoje há muito licenciado que não sabe escrever, tabuada ?, contas quase ninguém sabe fazer de cabeça para quê?
Temos boas calculadoras, pensar? uff que trabalheira!
Por isso, entendo, até prova em contrário, que a melhoria assinalada pelo estudo é positiva para todos; alunos,
profes, Governo e País!

Anónimo disse...

Começo por esclarecer que também não me submeto nem pertenço a qualquer força política conhecida ou desconhecida, nem conheço o Mário Crespo e também não tenho tempo nem paciência para ouvir os tudólogos…mas o seu comentário intrigou-me.
Sabe, é que eu pertenço à mediocridade nacional, e gosto de ler estes deliciosos nacos de prosa fácil,bacoca, e obviamente dirigida a mim.
O meu caro amigo por acaso sabe como funcionam as análises estatísticas ?
O meu caro amigo por acaso só passou por uma escolazinha do 2º ou do 3º ciclo, ou teve oportunidade de passar por várias escolazinhas do 2º ou do 3º ciclo para assim poder fazer o respectivo contraditório.
Parece-me que só a estupidez ou a visão retorcida de um professor frustrado é que pode levar alguém a produzir um comentário desses.
É que a omnisciente e omnipresente sapiência demonstrada pelo seu infeliz comentário só denota que você efectivamente não pensa e age por impulso…até um dia!

Anónimo disse...

Caríssimo: fique sabendo que sim, passei por todas as escolas que mencionou, pela primária, como então se dizia, (eu tenho cinquenta e quatro anos), pelos dois primeiros anos do ciclo preparatório de Veiga Simão, na escola Francisco Arruda, depois pelo Passos Manuel, até ao fim do liceu, depois pela faculdade de letras da universidade clássica de Lisboa, pelo Conservatório nacional e, pasme-se, bingo!!... Acertou!!... sou mesmo um professor frustrado por ver que, cada ano que passa, as coisas só ficam mais deterioradas. Sim!!!!!... a minha frustração vem da forma insustentavelmente leve como esta gente encara a necessidade de educar o povo. O que agora se faz não é educar, meu caro amigo! Ponha a mão na consciência e pense!... Ao contrário do que diz, eu faço isso e não me dou mal com tal procedimento. Estou-me nas tintas para as suas análises estatísticas ou para as de outrem! Eu estou lá todos os dias! Levo com os (maus tratos), sim é mesmo isso, (maus tratos), de encarregados de educação e alunos. E mais, eu não acho, nunca achei, que, e agora vou usar uma palavra que lhe é, certamente, bastante cara, essa coisa do (ratio) possa ser o único motor da coisa! Está a seguir? As escolas, actualmente, são um espaço de verdadeiro inferno! Não lhe vou dizer que somos uns desgraçados a quem ninguém liga! Não gosto de derramar lágrimas que não são compreendidas nem levam a sítio nenhum! Quanto à mediocridade nacional, o meu amigo lá sabe!!!!!