Nada como um aperto orçamental para perceber o que faz correr as diversas forças políticas e entender as pressões de outras organizações que, embora inexistentes do ponto de vista formal, têm o poder de influenciar a percepção geral sobre os acontecimentos, condicionando, assim, as suas escolhas. Para a maioria delas, pouco importam as causas e as consequências de uma realidade que aproveitam como álibi para tornarem públicos argumentos que, noutras condições, teriam o cuidado de não expressarem com a mesma clareza. Mais do que nunca, joga-se no campo da retórica, do fomento de medos e de ódios sociais.
Assim, o PS tenta aparecer como paladino do Estado social. Um Estado social vendido a retalho através de privatizações ao desbarato e com prestações sociais que reduziu quando mais eram necessárias, de comum acordo com um PSD defensor de uma redução de impostos que, na mesma ocasião, no mesmo assomo de responsabilidade patriótica, acordou aumentar com o primeiro. E ambos estiveram de acordo com o eterno apêndice CDS em abrirem caminho à colocação dos emigrantes portugueses em França como o alvo que se segue da xenofobia que sempre aparece em momentos de crise. Todos diferentes, mas todos iguais.
Em França, os ciganos. Em Portugal, trabalhadores, especialmente do sector público, pesam nas contas de um país que se dá ao luxo de desbaratar milhares de milhões em impostos sobre transacções com off-shores, onde uma micro-empresa paga proporcionalmente mais em impostos do que um banco e onde o subsídio de Natal dos funcionários públicos pesa mais nas contas públicas do que o lamaçal de parcerias público-privadas desenhadas à medida do enriquecimento das clientelas do poder. E o FMI aqui tão perto. A ameaça surgiu do nada. A imprensa nacional descobriu-a num dia em que em jornal de mais país nenhum se falou do assunto. Em breve, o FMI aterrará na Portela se não se cortarem rapidamente mais nos salários e nos direitos de quem trabalha num dos países que pior remunera o factor trabalho e onde a precariedade laboral é mais sentida. De nada serviram as experiências irlandesa, grega, húngara e romena, onde se aplicaram receitas infalíveis que agravaram uma crise que já era grande apenas porque os cortes não foram ainda mais duros. Uma patranha repetida mil vezes rapidamente se transforma numa inevitabilidade com aceitação quase geral. A mensagem oficial é bem clara: preparem-se, está quase, vêm aí mais sacrifícios. Nada mais legítimo numa democracia onde a maioria vem reconduzindo no poder quem tão bem os representa.
Assim, o PS tenta aparecer como paladino do Estado social. Um Estado social vendido a retalho através de privatizações ao desbarato e com prestações sociais que reduziu quando mais eram necessárias, de comum acordo com um PSD defensor de uma redução de impostos que, na mesma ocasião, no mesmo assomo de responsabilidade patriótica, acordou aumentar com o primeiro. E ambos estiveram de acordo com o eterno apêndice CDS em abrirem caminho à colocação dos emigrantes portugueses em França como o alvo que se segue da xenofobia que sempre aparece em momentos de crise. Todos diferentes, mas todos iguais.
Em França, os ciganos. Em Portugal, trabalhadores, especialmente do sector público, pesam nas contas de um país que se dá ao luxo de desbaratar milhares de milhões em impostos sobre transacções com off-shores, onde uma micro-empresa paga proporcionalmente mais em impostos do que um banco e onde o subsídio de Natal dos funcionários públicos pesa mais nas contas públicas do que o lamaçal de parcerias público-privadas desenhadas à medida do enriquecimento das clientelas do poder. E o FMI aqui tão perto. A ameaça surgiu do nada. A imprensa nacional descobriu-a num dia em que em jornal de mais país nenhum se falou do assunto. Em breve, o FMI aterrará na Portela se não se cortarem rapidamente mais nos salários e nos direitos de quem trabalha num dos países que pior remunera o factor trabalho e onde a precariedade laboral é mais sentida. De nada serviram as experiências irlandesa, grega, húngara e romena, onde se aplicaram receitas infalíveis que agravaram uma crise que já era grande apenas porque os cortes não foram ainda mais duros. Uma patranha repetida mil vezes rapidamente se transforma numa inevitabilidade com aceitação quase geral. A mensagem oficial é bem clara: preparem-se, está quase, vêm aí mais sacrifícios. Nada mais legítimo numa democracia onde a maioria vem reconduzindo no poder quem tão bem os representa.
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