No seu estilo habitual, José António Saraiva analisa a figura do primeiro-ministro. Saraiva enumera os boatos, as intrigas e as calúnias com que, sem êxito, o seu próprio jornal tentou atingir Sócrates, desde que ele se tornou secretário-geral do PS e primeiro-ministro.
Nas suas frases curtas e assertivas, Saraiva apresenta a lista do costume — Cova da Beira, licenciatura, Freeport e Face Oculta… Certamente por lapso, apenas se esquece das torpes insinuações sobre a orientação sexual de Sócrates.
Para compor o ramalhete e completar o seu retrato, dando largas à sua vocação de psicanalista de pacotilha, Saraiva diz ainda que Sócrates é conhecido pelas suas más companhias. Refere-se por certo a militantes do PS que foram ou são arguidos em processos.
É claro que Saraiva, como sempre, não cultiva a equanimidade. Esquece-se sempre daquele vasto número de militantes e dirigentes do PSD que surgiram envolvidos nos maiores escândalos financeiros lusitanos, que, nos Estados Unidos da América, não dariam menos do que prisão perpétua.
No entanto, Saraiva confronta-se com um enigma. Como é possível, pergunta ele, que José Sócrates, que não bebe do fino nem tem amigas tão selectas como a sua subordinada Felícia Cabrita, recolha o apoio de figuras históricas do PS, que lhe reconhecem as qualidades e o valor como governante?
Saraiva dá uma resposta dilemática: ou Sócrates consegue enganar muita gente (menos a ele, claro, o arguto pequeno grande arquitecto) ou essa gente está a agir estrategicamente, aproveitando-se de Sócrates como um aríete para derrubar Cavaco na próxima eleição presidencial.
Saraiva não tem, porém, razão. A verdade é outra. Há dois Sócrates. O líder do PS e primeiro-ministro, que recolhe a confiança da maioria dos concidadãos, expressa em sucessivas eleições democráticas, e um outro Sócrates, esconso e sinistro, que existe na cabeça do próprio Saraiva. Essa personagem fictícia e fantasmagórica é, na realidade, assustadora e repelente. Mas talvez não seja muito diferente do seu criador.
Nas suas frases curtas e assertivas, Saraiva apresenta a lista do costume — Cova da Beira, licenciatura, Freeport e Face Oculta… Certamente por lapso, apenas se esquece das torpes insinuações sobre a orientação sexual de Sócrates.
Para compor o ramalhete e completar o seu retrato, dando largas à sua vocação de psicanalista de pacotilha, Saraiva diz ainda que Sócrates é conhecido pelas suas más companhias. Refere-se por certo a militantes do PS que foram ou são arguidos em processos.
É claro que Saraiva, como sempre, não cultiva a equanimidade. Esquece-se sempre daquele vasto número de militantes e dirigentes do PSD que surgiram envolvidos nos maiores escândalos financeiros lusitanos, que, nos Estados Unidos da América, não dariam menos do que prisão perpétua.
No entanto, Saraiva confronta-se com um enigma. Como é possível, pergunta ele, que José Sócrates, que não bebe do fino nem tem amigas tão selectas como a sua subordinada Felícia Cabrita, recolha o apoio de figuras históricas do PS, que lhe reconhecem as qualidades e o valor como governante?
Saraiva dá uma resposta dilemática: ou Sócrates consegue enganar muita gente (menos a ele, claro, o arguto pequeno grande arquitecto) ou essa gente está a agir estrategicamente, aproveitando-se de Sócrates como um aríete para derrubar Cavaco na próxima eleição presidencial.
Saraiva não tem, porém, razão. A verdade é outra. Há dois Sócrates. O líder do PS e primeiro-ministro, que recolhe a confiança da maioria dos concidadãos, expressa em sucessivas eleições democráticas, e um outro Sócrates, esconso e sinistro, que existe na cabeça do próprio Saraiva. Essa personagem fictícia e fantasmagórica é, na realidade, assustadora e repelente. Mas talvez não seja muito diferente do seu criador.
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