sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ISTO DEVAGAR VAI LÁ



Frau Merkel, que se devia ter abstido de contar contas que não são do seu rosário, acaba por não dizer nada de nada, porque só lhe mostraram o final do desfile de um samba de enredo, cujo refrão é a promiscuidade partido-governo regional-empresas, cantado e dançado por meia dúzia de famílias que se deram bastante bem com os fundos estruturais e com a ausência de incompatibilidades no Governo e no Parlamento regional.

E depois há o atraso e o subdesenvolvimento e a ausência de infra-estruturas, tudo recuperado nestes 30 e tal anos. Está bem, nós vamos fazer de conta que não conhecíamos Portugal continental nestes também 30 e tal anos, e fazer de conta que não sabemos quais foram as prioridades por detrás do milagre jardinista da "recuperação". Basta recordar aliás quando, há coisa de um mês se acabou o dinheiro, a quem Alberto João Jardim pagou – às empresas municipais e aos empreiteiros das obras do regime, e quem é que deixou para segundo plano – a comparticipação dos medicamentos à população. Prioridades.

Delicioso é ver Alberto João Jardim perguntar por que cargas de água a senhora lá no fim do mundo foi puxar como exemplo uma ilha perdida nos cus de Judas, como se não soubesse, como se não soubéssemos todos, e como se todos não soubéssemos que ele sabe quem foi a mosca que zumbiu um segredo na orelha da senhora uber alles.

O destino está[va] traçado nas estrelas, e os cavaquistas já só são anónimos. Isto devagar vai lá.

José Simões

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