quinta-feira, 25 de novembro de 2010

VEJAM COMO SE FAZ GREVE!...


A Auto- Europa vai aumentar os salários dos seus trabalhadores em 3,9%.

Num panorama de cortes gerais de salários, este aumento pode surpreender muita gente, mas não quem perceba que é o modelo de gestão ( bem diferente do adoptado pelos gananciosos empresários portugueses) a consciencialização dos trabalhadores e dos sindicatos que está na base do sucesso da empresa.

Teria sido fácil à administração da Auto-Europa fazer como os nossos empresários e, escudando-se com a crise, rejeitar o aumento de salários ou tentar pelo menos um aumento ao nível da inflação. Não o fez.

Teria sido cómodo, para os trabalhadores da Auto-Europa, não aderir à greve, argumentando que as práticas seguidas pela empresa não justificavam a greve. No entanto, os trabalhadores aderiram à greve em massa, invocando a solidariedade com os trabalhadores de outros sectores e familiares que estão a ser vítimas da política seguida por este governo.

O direito à greve e à não greve é essencial para o funcionamento de uma democracia e cada um deve agir de acordo com a sua consciência. Agora, o que é inadmissível, é que haja pessoas com lata de ir para as câmaras de televisão dizer que estão solidários com a greve, mas não a fazem, porque isso representaria a perda de um dia de salário. Ou quem utilize as mesmas câmaras para afirmar que os grevistas são calaceiros. Gente desta não devia ter direito a votar, porque não percebe nada da sociedade em que vive e, assim sendo, quando mete o voto na urna, está a votar apenas num clube e não num modelo de sociedade que pretende para o país.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os trabalhadores da AutoEuropa, liderados por uma muito consciente Comissão, aceitaram alguns sacrifícios prévios anteriores, como a redução do período semanal de trabalho (e respectivo vencimento), a paragem de produção e, com isso, souberam também granjear a correspectividade da Administração.
Em pequena escala, sucedeu na AutoEuropa o que sucedeu na Alemanha: restrições no que aos aumentos salariais diz respeito permitiram acréscimos superiores ao tido por possível (10% de crescimento salarial na Alemanha, contraposto aos 35% da média da União Europeia talvez expliquem alguma coisa...)