segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OS TRUQUES DO MERCEEIRO SOARES DOS SANTOS


Afinal o homem sabe do que fala, quando fala de truques. Numa campanha publicitária, garante que na sua cadeia de lojas o aumento do IVA será de 0% e, à primeira vista, uma pessoa de boa-fé poderia admitir que tal se deveria a mera mas significativa generosidade do Sr Soares. Mas não é assim, porque quem garante o aumento 0% tem dos negócios uma particular ética. De facto, segundo a crónica de Nicolau Santos – Expresso de26 de Fevereiro - quem vai fazer o esforço, por imposição do merceeiro Soares, são os fornecedores da cadeia Pingo Doce. Como são fáceis estes truques quando o poder permite toda a chantagem, todo o arbítrio.

E quando um dia se fizer uma análise devidamente fundamentada sobre as consequências para o tecido produtivo e comercial do país,sob o efeito das políticas dos monopólios da chamada Grande Distribuição, talvez se entenda o número de falências em cadeia, a desertificação de muitas cidades, e o abandono do campo.
Isto para não falar de outros malefícios como sejam o descalabro dos juros bancários, ou o esgotamento da capacidade de financiamento da banca a outras actividades.
Por isso e em vista das actuais restrições ao crédito se oiçam os vários merceeiros e o seu desespero por mais e mais financiamento barato, venha ele da banca ou dos falidos fornecedores...
Não conheço bem, mas percebo bem o tema e o que é o sentimento de total indefesa perante a necessidade de negociar com tubarões.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

OS NOVOS CRUZADOS, QUIMICAMENTE PUROS


Esta nossa direita e estas nossas esquerdas são impagáveis.

São já um study-case, e será uma perda enorme se algum dia, queira Deus que não!, venham a finar-se...
Enquanto compraram, ao longo de décadas, tranquilamente, biliões de dólares de petróleo, à Líbia, à Arábia Saudita e ao Irão, para não nomear Angola ou a outro baluarte do liberalismo e da democracia acrisolada , como a Nigéria ou a Libéria, aquela rapaziada das TVs e das rádios, achava a coisa muito bem.

Também não me recordo das missas que terão mandado rezar pela conversão de tanto mouro...
Recebíamos o petróleo e eles forravam-se de petrodólares com que, depois, compraram as armas e as consciências de fornecedores, também eles completamente virgens. Todos!


Até aqui nada a censurar, não era?
Pois era!

Enquanto foi a Alemanha. a Itália, a França, a Holanda ou a América a trocar petróleo por armas e por munições, por bombas de todos os tamanhos e outros excelentes artefactos, nada bulia na quieta tranquilidade dos espíritos daquela rapaziada.
No entretanto, o nosso Governo e o perigoso Sócrates, de que é que haviam de se lembrar:
- Tentar equilibrar a tal balança de pagamentos e a conta da dívida externa ( Lembram-se dos que, todos os dias, nos gritam aos ouvidos quanto estamos falidos e "trabalhados"?), propondo a venda de serviços, colaboração na agricultura, na educação e, sem vergonha!, até lhes venderam uns computadores para crianças. Um horror!

Sócrates chegou até ao ponto de melhorar a nossa balança comercial com esses países, à custa de ignóbeis exportações de técnicos, da colaboração na construção de estradas, de hospitais e de barragens...

É pois urgente acabar com estes "compromissos e com estes colaboracionismos" com aqueles países produtores de petróleo, nem que em Portugal fique tudo à míngua de pão, mas orgulhosamente sós, novos cruzados, quimicamente puros!

Pelo menos enquanto o PS estiver no Governo.

Depois, logo se verá como se dá a volta à coisa...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CORAÇÃO NA MÃO...


Um coração que sangra!
Um coração que morre!...
Um coração que bate!
Bate, bate, bate com a força de vencer!
Onde, os que te querem espezinhar, mais te fazem lutar!
Empurram-te!...
Como se de lixo te tratasses, mas…mesmo em lixo remexes, vives!
Dás cartas de vivências, de experiências honestas.
Honras o teu ego, esse ego que é o teu!
Quando outros vivem do ego alheio! Nefasto…
Tratam homens como bonecos, quando os bonecos são eles!
Porque não sabem fazer, nada, querem aprender a fazer…mas sem se esforçarem
É triste, que se pense que estando na "mó" de cima, se pode brincar com quem está por conta deles....
Esses são os estúpidos de espírito!
Despojados de sentimentos!
Despojados de Alma !...
Ignorantes!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

DIREITA SEM MEMÓRIA NEM VERGONHA!...


Para quem tem memória curta e acusa o actual Governo – talvez com razão, mas com falta de pudor –, de colocar correligionários na direcção dos Centros de Segurança Social, deixo aqui este texto que referencia a época de 2002 do governo PSD/CDS

A radical limpeza étnica levada a cabo por Bagão Félix, ao abrir de uma assentada 18 vagas de directores distritais da Segurança Social e igual número de directores-adjuntos, para gáudio de outros tantos cidadãos ansiosos de provarem a sua “identificação com a missão”, pode causar suspeitas de compadrio partidário.

O método faxista (através de fax) de exonerar de forma expedita e em simultâneo todos os dirigentes pode criar a ideia de irreflexão, sem ter em conta a avaliação do mérito individual dos atingidos, ou a suposição de ter agido por vingança para com os protagonistas de um ministério emblemático da gestão socialista.

Com tantos fiéis à espera dos lugares, a demissão de trinta e seis dirigentes pelo piedoso ministro corre o risco de ser considerada um acto de proselitismo de um cruzado, promovendo um auto de fé em que imolou todos os suspeitos de serem infiéis.

Com a reputação de independente, o ministro que o Dr. Portas colocou na Segurança Social pode ter ultrapassado em sectarismo alguns homólogos com antecedentes radicais.
Para um cidadão que tão denodadamente se tem batido contra a despenalização do aborto, corre o risco de ter praticado um, de natureza política, como ministro. E o remorso, bem ao jeito da tradição judaico-cristã, pode vir a amargurá-lo no futuro.

De qualquer modo o ministro não parece ter tomado uma decisão a condizer com o nome (feliz – Do lat. felix).

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MEDOS?...


Há poucos dias ouvi um senhor do BE verberar a "islamofobia" que grassava por aí. É um vocábulo que ainda não conhecia. É caso para perguntar ao cavalheiro se não é legítimo ter mais que fobia, ou seja, horror a estas práticas tão disseminadas no mundo islâmico e até, nas comunidades que emigram para a Europa, incluindo Portugal.
Isto para já não falar de outros "multiculturalismos" humilhantes e subalternizantes em matéria de direitos humanos, para o género feminino.
É absolutamente hipócrita e até nojenta, a impassividade dos numerosos comentadores das recentes movimentações no mundo muçulmano, a encher a boca com a palavra democracia, sem fazer a mínima alusão à situação das cidadãs desse mundo. Haverá democracia digna desse nome, que possa coexistir com costumes bárbaros e atávicos? E são logo os senhores do BE (e as senhoras?) que vêm falar de islamofobia?
A cegueira anti-americana e anti-Ocidente, Ocidente esse de que afinal fazem parte e sem cuja tradição libertária não poderiam expressar as suas bravatas, é de tal forma obnibuladora, que apetece mandá-los emigrar para essas civilizações, contraírem uniões com senhoras veladas da cabeça aos pés e terem meninas que, aos nove anos, sejam brutalmente mutiladas para toda a vida.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eleições alemãs: O amansar da fera…


A estratégia de defesa do euro, no decurso da actual crise, tem sido dominada pelas concepções financeiras, económicas e políticas da chanceler alemã Angela Merkel.

A líder da União Democrata-Cristã [CDU] tem desenvolvido uma política conservadora que tem influenciado toda a Europa. No decurso das eleições regionais alemães, hoje, sofreu o primeiro grande revés. Na Cidade-Estado de Hamburgo, terra donde é natural, o candidato da CDU, Christoph Ahlhaus, obteve 20.5% dos votos, sofrendo uma inequívoca derrota para o social-democrata Olaf Scholz [49.5% dos votos]. euronews

Este foi o primeiro dos 7 actos eleitorais dos “Landers” e, era considerado pelos analistas importante, para a sobrevivência política de Merkel, à frente dos destinos da Alemanha.

Em Março, realizam-se as eleições em Baden-Wuerttemberg onde – segundo as projecções - a CDU corre novamente o risco de ser derrotada.

Começa, assim, um novo ciclo político que é caracterizado pelo empalidecimento da sustentabilidade de Angela Merckel à frente do Governo Alemão. O que não significa a derrota da CDU, em próximas eleições federais.

Apesar de serem eleições regionais, estas influenciam a política federal, i. e., a política externa germânica e a política fiscal já que a mesma tem de ser aprovada pelo Bundesrat [o Conselho Federal], onde, a partir destas eleições de Hamburgo, a CDU tornou-se minoritária. Todavia, apesar destas vitórias regionais, a nível federal, o Partido Social-Democrata [SPD] na Oposição, continua a apresentar uma imagem de fraqueza, captando pouco acima dos 20% nas intenções de voto do eleitorado.

No entanto, as alterações da relação de forças no Bundesrat podem, dentro do pragmatismo político alemão, ter uma tradução na política financeira da UE.
A ver vamos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Petição Pública


Petição SALVEMOS A MATA DO BUÇACO!
Para:Assembleia da República; Primeiro-Ministro; Ministro do Ambiente

A mata do Buçaco está em grave perigo! Desde Janeiro deste ano de 2011 que se tem vindo a verificar, praticado por um madeireiro contratado pela própria Fundação da Mata do Buçaco, o abate de dezenas e dezenas de árvores, executado de forma bárbara e provocando a destruição de outras árvores, danificadas e derrubadas pelas primeiras, e a criação de clareiras que começam já a ser ocupadas por espécies invasivas e infestantes.

Esta barbárie tem mesmo continuado já após terem sido feitas algumas denúncias públicas, e inclusive já depois de estar a correr um inquérito - crime a cargo do Núcleo de Protecção Ambiental da GNR de Anadia.

Porque está em causa não apenas um inadmissível crime ambiental mas a inaceitável destruição dum património histórico e cultural ímpar, os cidadãos abaixo assinados exigem que as respectivas responsabilidades sejam apuradas até ao fim, que os seus autores sejam devidamente sancionados e, finalmente, que o Estado e demais entidades públicas cumpram com os seus deveres legais e cívicos em matéria da salvaguarda e protecção da Mata do Buçaco.



Os signatários



http://www.peticaopublica.com/?pi=AGP

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MEALHADA: NO SEU MELHOR; A CUNHA...


Talvez não saibam, mas sou muito invejoso. Inconformado com o sucesso dos Deolinda, resolvi escrever a uma canção que seja o hino de uma geração que, depois de muito lutar pela Democracia, chegou aos 50 anos e percebeu que tinha sido enganada. Ladies and gentlemen, os DEMOlinda em "Que parvo que eu fui" - o hino da geração dos desempregados aos 50 anos. Em RAP!


Sou da geração
"Usa e deita fora"
Trabalhei a vida inteira
Aos 50 anos deram-me um pontapé no cú
Mandaram-me embora.
E não me incomoda esta
Situação
Que parvo que eu sou

Fiquei sem emprego
Sem direito à reforma
Deram-me a esmola
De um subsídio
Ao fim de dois anos
Sem eira nem beira
Fui para o presídio
Pagar as culpas
Dos responsáveis
Desta bandalheira.
E não me incomoda esta
Situação
Que parvo que eu sou

Prometeram-me a reforma
Aos sessenta
Mandaram-me trabalhar
Até aos setenta
Reaji ordeiro
Mesmo sem receber a reforma
Por inteiro
Que parvo que eu sou

Isto está mal e vai
Continuar
De nada me valeu em jovem
Lutar
Já é uma sorte eu poder
Trabalhar
Até que a morte me venha
Libertar
Que parvo que eu sou

E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde ser escravo
É de louvar

Sou da geração que lutou pela
Liberdade
E chegou à velhice a pedir
Caridade
Que parvo que eu fui

Sou da geração
Que só ia estudar
Quando o papá
Podia pagar.
Saía de casa,
Ainda bem cedo,
Para viver a vida
Na luta, sem medo

Quem não estudava
Bem protestava,
Mas vinha a PIDE,
Logo o acalmava

Se nada tivesse
Bem protestava
Por um futuro dourado
Para quem a seguir viesse
Que parvo que eu fui

Lutei pela vida
Fiquei sem emprego
A reforma era bera
Fiquei à espera
De a ver melhorar
Acabei num Lar
A viver no degredo
Os filhos à espera
De me ver patinar
Que parvo que eu fui

Sou da geração
Já não me queixo
Quero morrer
Dentro dos eixos


Bem pior do que hoje
Outros dias vivi
Estou-me nas tintas
Para o FMI
Que parvo que fui
E ainda sou

Sou da geração
“eu quero mais”
Uma situação que dura
Há tempo demais
De mim ninguém espera
Que dê algo ao País
Só querem que eu morra
Sem direito à reforma
Sem ser estorvo
Para quem cá mora
Que parvo que eu fui

Vou ao Banco
Levantar as poupanças
Olham para mim
Com desconfiança

Andei a trabalhar
Para a alta finança
O que eu poupei
Foi para lhes encher
A pança
Que parvo que fui

E fico a pensar
Que bela democracia
Que fez de mim parvo
Tornou-me um escravo
Da demagogia.

Que parvo que eu fui

Carlos Barbosa Oliveira

PS: Concursos de admissão na câmara: Foi só família e conhecidos Arquivo: Gisela, Biblioteca: Susana, prima da madame e, Etc. para não maçar mais...

Depois desta vergonha muitos tem de estar no desemprego.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

BANCO PARA CHULOS DA MEALHADA


"O Banco de Voluntariado da Mealhada está a precisar de voluntários na área da saúde. A necessidade já tinha sido identificada, mas torna-se agora mais premente com a solicitação feita pelo Hospital da Misericórdia ao Banco de Voluntariado. O hospital necessita de voluntários interessados em ajudar em áreas como o acompanhamento de consultas, o acompanhamento de doentes internados e a dinamização de actividades de ocupação dos tempos livres dos doentes."
Mais uma das ideias da Câmara sem fundamento, isto porquê? Porque este Hospital não é misericordioso com ninguém, tudo cobra é como um hospital particular , que o é realizado naquele Hospital é pago a peso de ouro desde o simples algodão, agulha etc.
Uma empresa hospitalar como esta , deve estar apetrechada de todas as condições para servir os seus utentes que pagam e bem tudo para serem tratados, porque se não tiverem dinheiro nada lhes é administrado por muito que chorem - amanhã venho cá e pago tudo - a resposta é não, porque SANTA CASA É só para inglês ver.
E Câmara de Mealhada não vê que tem tantas instituições, que prestam cuidados graciosos, em áreas tão sensíveis à nossa população e ai eram bem precisos muitos voluntários, mas não, é mais fácil ceder aos caprichos do senhor Peres, Pega e companhia limitada.
A Mealhada no seu Melhor sempre ao serviço dos interesses alheios e não aos interesses Comuns...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Alegre tomou, e bem, uma posição


Quem esperava o contrário desiluda-se...
Nada faria esperar outra posição por parte do ex-candidato à Presidência da República.
Quem pensava, que Alegre apoiaria a posição do Bloco sobre a moção de censura, não acompanhou, certamente, a campanha eleitoral.
Entregue aos bichos, com públicas divergências no seio do BE, Louçã deu um passo em frente em direcção ao abismo, desde há muito previsto.
Há muito que o BE tinha perdido, aos olhos dos portugueses, a inocência política dos idealistas.
Louçã começou já a ser, para o BE, não o seguro de vida mas o maior problema.
Não atingidos os objectivos pessoais na sua guerra privada com Sócrates, Francisco Louçã, entrou em delírio e ficou sem respostas para quem, em princípio, viu nele uma lufada de ar fresco à esquerda.
Só que nada de fresco pode vir de um armário onde se guardam alguns dos esqueletos mais mal cheirosos da História por muito esforço que se faça para os continuar a carregar às costas.
Louçã considera Sócrates em fim de ciclo. Talvez tenha razão. Mas a maior constatação é que Louçã já não está em fim de ciclo; Louçã já há muito acabou e o Bloco irá acompanhá-lo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O VETO DE CAVACO


SEU SIGNIFICADO

Pela primeira vez, Cavaco silva vetou politicamente um diploma legislativo oriundo do Governo. Juridicamente, nada mais resta ao Governo do que submeter o diploma à Assembleia da República sob a forma de proposta de lei e esperar que esta o aprove. A partir daqui, Cavaco ainda pode voltar a vetar o diploma aprovado, embora não seja nada provável que o faça, já que a mesma maioria que o aprovou certamente o aprovaria de novo.
Mas não é deste ponto de vista que a questão tem interesse. Nem tão-pouco do ponto de vista das razões invocadas para o justificar. Embora se trate de um meio onde ferozmente se defrontam lobbies muito poderosos, capazes de invocar as mais variadas razões de “interesse público” para fundamentar a defesa dos seus lucros milionários, e embora se saiba também que Cavaco Silva é muito sensível ao "empreendedorismo", como a promoção dos negócios de Rendeiro e as amizades com a gente da SLN/BPN amplamente demonstram, não é por nenhuma destas razões que o veto é notícia.
Na recente campanha eleitoral para Presidente da República, nos auto-atribuídos predicados que um candidato ao lugar deveria ter, um deles era a capacidade relacionamento com os demais órgãos de soberania, atributo de que Cavaco se vangloriava a ponto de ter afirmado nunca haver vetado um diploma do Governo. E porquê? Depreendia-se que este seu record resultava da sua capacidade para negociar com o Governo as alterações julgadas adequadas ou para, pelo menos, abrir um processo de discussão susceptível de permitir ao Governo a justificação das opções tomadas.
Desta vez Cavaco não fez nada disto. Pelo contrário, surpreendeu o Governo com o veto do diploma. É claro que Cavaco quis com este veto fazer “prova de vida”. E esta prova tinha, preferencialmente, de ser feita em relação a um acto do Governo. Só que esta “prova de vida”, numa personalidade como Cavaco, tem um significado que vai muito para além daquilo que poderia ser uma simples demarcação do seu espaço político. É uma verdadeira retaliação.
O Cavaco que vetou é o mesmo Cavaco que por duas vezes discursou no dia 23 de Janeiro. Cavaco tem uma questão pessoal a resolver com o Governo e como não é capaz de a ultrapassar vai seguramente multiplicar os gestos de hostilidade e rancor.
Para o Governo, numa perspectiva eleitoral, não será mau de todo. Provavelmente, será mais fácil ganhar a Cavaco e ao PSD juntos, com cada um a pretender demarcar-se do outro, do que ao PSD só.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

SERÁ? ESTA A FORMA ...


A FUNDAÇÃO BUÇACO, vai promover passeios ao domingo na mata será esta a maneira mais correcta de atrair turistas? Com estes preços para se visitar o que é da natureza, na natureza não se paga tanto cuida-se, aqui paga-se e bem...
Em tempos como os que vivemos penso que será muito difícil, talvez...falta de imaginação...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FUNDAÇÂO BUSSACO


Será que a FUNDAÇÃO BUÇACO tem feito sentido?

Será que tem procurado todos os interesses da mata?

Será que tudo o que aqui está escrito no texto do senhor Ferraz está correcto?


Cá me queria parecer que nada sabiam de turismo ou florestas. E particularmente da floresta do Buçaco.

Primeiro porque só quem não conhece o ciclo da Mata se aventura a fazer festas e arraiais em pleno Inverno, porque para isso o lugar é impróprio, incómodo e impossível. O Inverno da Mata do Buçaco, para quem conhece minimamente a floresta, é frio, diluviano, enevoado, húmido, inclemente e as noites sobretudo, são por consequência insuportáveis. Cabe aos mais bem aventurados haver um hotel de cinco estrelas e só ali, sinceramente, se poderá aguentar a regularidade do clima. Os frades não o tinham, recolhiam cedo ás celas e ao aconchego das ermidas. Coziam o pão nas fogueiras dos borralhos, como dizemos nós, os de baixo, quando as nuvens se arrebitam pelo costado da serra.

Daí que as festas, como a grande maioria das visitas, se guardem para o Verão, para a romaria da Ascensão, para o renascer da primavera e depois para o calores estivais quando em realidade a Mata se torna num sítio fresco e apetecível, mercê do lençol de água onde assenta o comprimento do corpo e daquela que, teimosa, lhe fura os órgãos e assoma á superfície. São as fontes, os ribeiros, os regatos onde nos apraz sossegar das queimaduras do estio.

Por outro lado, no Inverno este chão precisa que se encharque a serra, que apodreça a folhagem e se mantenha o húmus natural que dá força e vida á vegetação abundante. A floresta é viva, precisa de descanso e de tranquilidade, precisa de dormir para se recompor da carga demográfica do verão que lhe calcou a pele e lhe destruiu muito das entranhas. Por tal motivo precisa de tempo não de agressões. Como qualquer mortal, também o coberto vegetal precisa respirar e só assim quando chegar a primavera, renasce com força e com defesas para seguir para cima e se revestir de verdes. E continuar o caminho que quatro séculos atrás abnegados monges começaram. Com devoção e amor.

Falta a estes compadres de algibeira algum dinheiro na bolsa e muito caco no miolo e na ânsia de vender seja o que for, acabam por destruir aquilo que está. Fazem-no por ignorância, acredito, não nasceram para técnicos de florestas nem para tal se prepararam, tomaram conta do terreno como se fossem família ou se tratasse dum trono, ainda que, quero acreditar, um dia se esclarecerão os porquês! E tanto assim é que, na ganância do corte de pinheiros, foram abaixo por insensatez ou ignorância, não sabemos, vinte pés de azevinheiro, uma espécie protegida por lei, que subsiste e reproduz na encosta norte da serra o que, a par com as bolsas do Gerês, será dos locais onde melhor se pode conservar a árvore em extinção. Proibido por lei, o corte é crime, tanto quanto suponho extensivo a toda a gente, a não ser que algum decreto-lei desconhecido tenha isentado da própria alguns grupos sociais ou políticos, o que não me admiraria. De qualquer maneira ninguém se vai lembrar mais disto e naturalmente, como neste país é tudo natural para algumas pessoas, é a impunidade que vai fazer esquecer o acto.

Como o seria em relação á enorme fogueira que queriam atear frente ao hotel, se tivessem público para a saltar e que adiaram a tempo para não deitar fogo á Mata, mas na verdade, porque não apareceu ninguém.

A propósito não resisto a transcrever da internet o comentário dum visitante, talvez dos únicos, que se apresentou nos festejos e escreveu a sua

opinião no sitio do diário As Beiras, de Coimbra. Diz assim:

Fui ao Buçaco com a família ver o tal presépio ao vivo. Á entrada cobraram-me 5 euros para percorrer uma estrada cheia de lama e de árvores cortadas. Depois fui ao palácio, estacionei o carro e 30 minutos depois já estava de arrancada porque sinceramente, foi uma desilusão. Muito arcaico, sem brio ou interesse e ainda me queriam cobrar mais 2 euros por cabeça (somos 5 pessoas) para visitar o Convento. Nem uma casa de banho digna desse nome para apoio! Metemo-nos no carro e regressamos a Coimbra com a sensação de que fomos enganados.

Para além destes absurdos natalícios, este ano a Mata está fechada aos habitantes da região, aqueles que a visitam no inverno porque a Mata também é deles através dos impostos que pagam e que lhe acodem no calor do Verão se algum incêndio ameaçar avanço muros adentro. Essa cota parte, é pouco lúcido restringi-la por todas as razões. A febre do dinheiro não justifica passar por cima do respeito que se deve pelo menos ás gentes do município, para não ir mais longe. O tomar conta do espaço como coisa familiar não é correcto e abona pouco os autores desta proeza.

Não só se está a destruir o Buçaco físico, como o nome do Buçaco em termos de turismo. Os compadres, que na feira do Cartaxo já tinham dado um ar da sua graça, não aprenderam nada desde então.

Na demagogia duma propaganda laparota vejo escrito milhares de turistas de visita. Não os vi, mas muito mais significativo do que não os ver é que nenhum desses numerosos turistas fez uma dormida na freguesia do Luso nem no município, o mesmo acontecendo em relação a refeições ou outros gastos, nos limites cá de cima. Aí por baixo, talvez possuam oculares diferentes e vejam alguma coisa e caso não vejam, sempre podem inventar e inscrever na propaganda que pagamos.

De qualquer modo fica a pergunta: serão estes turistas que os especialistas da fundação procuram? Ou serão turistas da afundação? FS

Buçaco.blogs.sapo.pt

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TER O BOLO E COMÊ-LO


A direita mais ferozmente contra o tamanho do Estado vê-se a braços com um problema:

por um lado, quer manter o seu discurso do Estado mínimo, bonito, ideologicamente ancorado, apelativo;

por outro, anda a descobrir que diminuir o Estado chateia imensa gente que vota.

É um problema. Veja-se o último exemplo: "Pedro Passos Coelho insistiu hoje, em Braga, na necessidade de se fazer a reforma urgente do sector empresarial do Estado, mas evitou falar de despedimentos na função pública".