sábado, 2 de abril de 2011
NA PÁSCOA ATÉ OS COELHOS PÕEM OVOS
Ele não suportava estar arredado da cadeira do hemiciclo. Manuela, a cruel, num dos seus últimos actos como chefe do baronato tinha-o excluído da importância dos pares.
Todos tinham o seu tempo de borla. Até Manuela, Pacheco e os outros perdedores. Ele, para aparecer, tinha de se arrastar pelos jantares da carne assada, tinha de convocar os media a recibo verde, inventar casos, dizer coisas, dar e levar abraços, beliscões e beijos, uma canseira.
Ele, o chefe, não podia suportar a sombra, o esforço, o dizer vazio para parecer que dizia, e os outros, os já ex, mantinham-se presentes nas imagens fugidias do Canal Parlamento, nos directos, indirectos e montagens, à entrada dos Passos Perdidos, à porta da casa de banho, nos corredores com a campainha a tocar, rodeados de flashes, de luzes da ribalta, de canetas pejadas de inutilidades e dos empurrões das estagiárias em busca de uma vida menos parva numa qualquer redacção.
Declarou-se farto e se não podia apresentar as suas razões para tal frustração, criou outras que se prendiam com o inevitável, fazendo da inevitabilidade o bode expiatório da sua raiva e enviou definitivamente a Nação para a condição de manada de mansos sem pasto nem ração.
Passos Coelho não suportou ser moeda má nem estar longe dos Columbanos e da talha doirada dos Passos que ainda haveremos de ver se não terão sido Perdidos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Uma certeza apenas:
Os perdedores não são nunca perdedores para sempre. E Sócrates, mesmo que já tenha derrotado 5 lideres do PSD, como triunfalmente proclamou o Lábio-Descaído-Silva-Pereira, todo babado do pornográfico orgulho de quem lambe todos os dias o rabo do chefe idolatrado (daí o Lábio-Descaído) apesar de todas as manhas, de toda a representação encenada até ao ínfimo pormenor (a roçar, admitamos, o brilhantismo - nisso o homem é sem dúvida, brilhante) e de todas as mentiras, não ganhará para sempre.
Chegará inevitavelmente a sua hora, a hora em que a máscara cairá e se poderá ver, finalmente, a realidade nua e crua por detrás da máscara: a falsidade, a nulidade e a vacuidade da personagem.
...nessa altura os "mansos sem pasto nem ração" reganharão também o direito a um pouco da erva que até agora tem sido açambarcada por Sócrates e pela incomensurada multidão dos seus boys, com ou sem Lábios-Descaídos!
oi
Belíssima escrita e bem argumentado. Temos estado entregues à bicharada...
Enviar um comentário