Vivemos em democracia, gostamos de acreditar que sim, que temos uma sociedade pluripartidária, que nos oferece opções de governo diferentes, sendo essas opções decididas pelo voto popular, em eleições livres.
Mas será mesmo assim?
Desde a aprovação do OE de 2011, pelo menos, tem havido pressões quase diárias para que Portugal peça ajuda financeira externa, tal como fez a Irlanda. Para isso têm trabalhado os partidos da oposição mas sobretudo e principalmente, a especulação que faz com que subam os juros da dívida, que faz com que desçam os ratings dos bancos, das empresas públicas e do país.
A luta política é lícita, independentemente das interpretações que possamos fazer, da escolha do partido A ou do partido B. Mas neste momento até a decisão de ir a eleições é penalizada. Já não basta não termos mecanismos de decisão económica e financeira, visto que os governos têm que obter o aval e a autorização da União Europeia, leia-se da Alemanha, como têm que prestar contas à União Europeia, leia-se à Alemanha, como ainda têm que ter eleições apenas quando e se a União Europeia e Os Mercados quiserem.
Os media não podem estar a soldo do poder político. Mas informarão melhor as populações se estiverem a soldo do poder económico?
Nesta Europa dos Cidadãos, como ouço tantas vezes dizer, nesta sociedade ocidental, moderna e democrática, a vivência do que é a democracia vai encolhendo e afastando-se cada vez mais do seu conceito.
1 comentário:
Egídio, com todo o respeito, acho que lhe escapou um pormaior: http://jumento.blogspot.com/2011/04/manif-dos-banqueiros-rasca.html
O domínio do poder económico alastrou a todos os aspectos do poder. Por isso é que estamos nas mãos dos "mercados", que à 30 anos atrás se tratavam apenas pelo apelido: capitalistas.
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