segunda-feira, 28 de março de 2011

ISTO NÃO VAI MELHORAR; SÓ VAI PIORAR E MUITO!...


As notícias não são animadoras. Mas há quanto tempo é que as notícias o não são? Vivemos no interior de muitos medos e parece que ninguém é capaz de os aniquilar ou, pelo menos, de os atenuar. Possuímos uma larga, histórica, dir-se-ia que fatal experiência do medo. Temos sobrevivido entre a resignação e a revolta cabisbaixa. Entretanto, fomos alimentando a esperança, sempre fugidia, de que as coisas iriam melhorar. Os dias de amanhã seriam melhores e mais belos. Tivemos uns fogachos de alegria, seja dito; porém, há quem deteste que sejamos felizes, mesmo mitigadamente.

O Governo CAIU!...
O estrondo foi grande. Já se previa. O pior é que o pior está para vir. E o putativo substituto de Sócrates não o esconde. O pouco que resta do 25 de Abril, Passos Coelho encarregar-se-á de remover.

A preguiça, a indiferença e, até, a cobardia podem explicar as razões por que chegámos aonde estamos. Ainda conseguimos concentrar energias para encher praças e avenidas com os nossos protestos. Não têm servido para muito. A democracia portuguesa está reduzida a um funcionamento processual, que limitou, dramaticamente, os horizontes das nossas escolhas, dos nossos valores e dos nossos sonhos. Recalcitramos, mas de muito pouco nos vale.

No tempo do fascismo os estribilhos eram, entre outros: "Quem manda?", "Salazar! Salazar! Salazar!" E as respostas, em forma de certezas inabaláveis: "Quem viva?", "Portugal! Portugal! Portugal!" Simultaneamente, a submissão, e o seu suporte simbólico. São os netos de Salazar que se perfilam para ocupar o poder. O sentido de pluralidade, que dá corpo e razão à democracia, foi abreviado pela sede de ir ao "Pote", que o PSD e CDS tanto gostam, mesmo que para isso tenham que abandalhar mais o país, foi o caso, nada de novo vão trazer antes pelo contrário.

Passos Coelho já disse no que vai avançar logo que puser a mão no "pote", privatizar 49% da CGD, privatizar a TAP e as empresas de transportes ferroviários e rodoviários, bem como privatizar a companhia de seguros Fidelidade (detida pela CGD). Além de querem governar com o FMI para poderem aplicar todas as politicas liberais na Educação, Saúde e emagrecimento do Estado (despedimentos na FUNÇÃO PÚBLICA), como forma de reduzir o défice, também melhor acabar de vez com o estado social.

Atingimos uma situação extraordinária: somos dissidentes de nós próprios. A "democracia da desconfiança" atingiu-nos com tal violência que ficámos incapazes de nos desembaraçar da tenaz, astutamente formada pelo "mais importante" partido. "Mais importante" porquê? E os outros? São, apenas, elementos decorativos? Não fazem parte da participação (que deveria ser permanente) dos cidadãos nos domínios políticos?
E Cavaco?
O excelso presidente da república, que, aí há uns tempos, interrompeu as suas férias e as de todos nós para, de uma forma muito anunciada e especulada, falar desse assunto tão sério como o estatuto dos Açores, acabou de anunciar a aceitação do pedido de demissão do governo no... site oficial da presidência.
Isto é só para mostrar a importância que sua excelência nos dá e ao País e que dará perante uma governação ultra liberal do PSD/CDS...
Seremos tratados como ratos de laboratório, para experiências da direita com um presidente que escolheu ser presidente só de alguns, nem de todos os que nele votaram...
E ASSIM VAI E FICARÁ PORTUGAL!

2 comentários:

Anónimo disse...

não te esqueças dos impostos que também vão subir, embora agora tentem disfarçar ou desmentir o que Relvas já tinha dito

Hakeem disse...

Custa dizer isto, mas estamos nas mãos de gente cujas competências parecem ser baixas demais. Eu estou mais que farto do centrão e do centrinho...