segunda-feira, 27 de setembro de 2010

RABOS DE PALHA!...?


Corrupção? É claro que sabemos o que é. Não há como não saber. Afinal, vemo-la todos os dias ao sairmos de casa e olharmos para as viaturas topo de gama e de alta cilindrada, impossibilitadas de se explorar na sua potência máxima pelo trânsito congestionado ou pelos buracos que superabundam nas estradas das cidades.

A corrupção está, ainda, nas fendas abertas em vias ainda agora reabilitadas, nas demolições forçadas de residências, nas obras malfeitas e nas que nunca terminam, na escola degradada em que estuda o nosso filho, nas insuficiências que ele apresenta, enfim, naquele enorme hospital, todavia desprovido de quase tudo, desde competência humana a um fármaco sequer.

Vemo-la, a corrupção, uniformizada de azul ou, mesmo, envergando uma farda camuflada mas que deixa, de longe, sobressair patentes reluzentes que pesam mais do que a honra e a dignidade nos ombros de quem as ostente; nas gravatas de seda, que se destacam sobre um colarinho branco de algodão puro, ela também lá está, assim como a vemos nas mãos levantadas no Parlamento ou nas páginas das revistas cor-de-rosa, onde os protagonistas dos factos aí relatados exibem um sorriso digno de fazer inveja a qualquer publicidade da Colgate. Mas está, também, presente na mão estendida e nos andrajosos do mendigo que nos acena por ajuda, logo na primeira oportunidade.

É claro que sabemos o que é a corrupção. Não apenas sabemos, como ainda a sentimos. É, por isso, escusado que venha o Presidente da República lembrar-nos que ela existe e nas dimensões catastróficas que assumiu neste país. Não é disso que precisamos!

Na verdade, precisamos de Eduardo dos Santos muito. Na sua qualidade de líder desta viação seria bom ouvirmos medidas concretas, respostas aos dilemas que nos colocamos enquanto cidadãos, todos os dias relacionados com a problemática da corrupção.

Como combatê-la? Será colocando todos os corruptos na cadeia? Temos, entre nós, a certeza de que o caminho não é por aí. Afinal, se assim tentássemos, uma grande parte do Governo estaria a compor, agora, a maioria da população carcerária em Viana. É possível combatê-la quando sabemos que todo o mundo tem telhados de vidro? Haverá, de facto, coragem suficiente para se atear fogo sobre o vizinho, perante o nosso gigantesco rabo-de-palha?

São estas respostas que esperamos ouvir do Chefe de Estado, da próxima vez que falar sobre a corrupção em Angola. Afinal, não basta prometer tolerância zero, ou pronunciar-se a respeito na proximidade de um evento fulcral para a sua segurança política. Ou seja, não precisamos de esperar pelos congressos do maioritário para descobrir que a corrupção existe no país.

Em definitivo, precisamos, isso sim, de instituições que funcionem com independência suficiente do poder político, para fazer valer a lei; para que, num dia qualquer, possamos entender a razão pela qual gente sem antepassados ricos, nem antecedentes empresariais, se tornou, do dia para a noite, milionária ao ponto de deambular pela Europa, dando-se ao luxo de comprar até empresas falidas ou mesmo coisas de luxo... À grande e à angolana! Providência divina, senhores, já sabemos que não foi. Disso temos a alguma certeza!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ESTÁ QUASE!...


Nada como um aperto orçamental para perceber o que faz correr as diversas forças políticas e entender as pressões de outras organizações que, embora inexistentes do ponto de vista formal, têm o poder de influenciar a percepção geral sobre os acontecimentos, condicionando, assim, as suas escolhas. Para a maioria delas, pouco importam as causas e as consequências de uma realidade que aproveitam como álibi para tornarem públicos argumentos que, noutras condições, teriam o cuidado de não expressarem com a mesma clareza. Mais do que nunca, joga-se no campo da retórica, do fomento de medos e de ódios sociais.

Assim, o PS tenta aparecer como paladino do Estado social. Um Estado social vendido a retalho através de privatizações ao desbarato e com prestações sociais que reduziu quando mais eram necessárias, de comum acordo com um PSD defensor de uma redução de impostos que, na mesma ocasião, no mesmo assomo de responsabilidade patriótica, acordou aumentar com o primeiro. E ambos estiveram de acordo com o eterno apêndice CDS em abrirem caminho à colocação dos emigrantes portugueses em França como o alvo que se segue da xenofobia que sempre aparece em momentos de crise. Todos diferentes, mas todos iguais.

Em França, os ciganos. Em Portugal, trabalhadores, especialmente do sector público, pesam nas contas de um país que se dá ao luxo de desbaratar milhares de milhões em impostos sobre transacções com off-shores, onde uma micro-empresa paga proporcionalmente mais em impostos do que um banco e onde o subsídio de Natal dos funcionários públicos pesa mais nas contas públicas do que o lamaçal de parcerias público-privadas desenhadas à medida do enriquecimento das clientelas do poder. E o FMI aqui tão perto. A ameaça surgiu do nada. A imprensa nacional descobriu-a num dia em que em jornal de mais país nenhum se falou do assunto. Em breve, o FMI aterrará na Portela se não se cortarem rapidamente mais nos salários e nos direitos de quem trabalha num dos países que pior remunera o factor trabalho e onde a precariedade laboral é mais sentida. De nada serviram as experiências irlandesa, grega, húngara e romena, onde se aplicaram receitas infalíveis que agravaram uma crise que já era grande apenas porque os cortes não foram ainda mais duros. Uma patranha repetida mil vezes rapidamente se transforma numa inevitabilidade com aceitação quase geral. A mensagem oficial é bem clara: preparem-se, está quase, vêm aí mais sacrifícios. Nada mais legítimo numa democracia onde a maioria vem reconduzindo no poder quem tão bem os representa.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DEMISSÃO MISTERIOSA...


Com a devida vénia, transcrevo do site do DN de hoje o seguinte texto:


" O embaixador de Portugal na UNESCO confirmou que foi "demitido" do cargo, recusando comentar uma decisão de que tomou conhecimento "pela notícia da agência Lusa".
"Soube da demissão pela notícia da Lusa", declarou o actual embaixador português na agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, com sede em Paris.
Questionado sobre se a demissão resultou da entrevista de fundo publicada no sábado pelo semanário Expresso, Manuel Maria Carrilho afirmou que "as evidências não precisam de resposta".
Manuel Maria Carrilho é autor de um novo livro de análise da situação de Portugal, que a editora Sextante colocou hoje nas livrarias portuguesas.
Um comunicado da Sextante distribuído hoje anunciava que "Manuel Maria Carrilho acaba de ser demitido das suas funções como embaixador de Portugal na UNESCO, devido à publicação do livro E AGORA? Por uma nova República".
"Neste livro, o autor analisa a situação económica, social e política portuguesa e avança com diversas propostas, defendendo uma visão do país e do seu futuro centrada na urgente qualificação do território, das instituições e das pessoas que lance as bases de uma Nova República", acrescentava o comunicado da Sextante.
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse hoje à Lusa que a saída de Manuel Maria Carrilho da UNESCO se enquadra numa rotação de diplomatas em diversas capitais.
O ex-ministro da Cultura foi nomeado embaixador junto da UNESCO em Abril de 2008 e será agora substituído por Luís Filipe Castro Mendes, até agora a chefiar a embaixada portuguesa em Nova Deli."

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A atitude seráfica do Ministério dos Negócios Estrangeiros deixa-me a pulga atrás da orelha. São demasiadas coincidências e uma demissão demasiado expeditiva para que me não cheire a esturro.


Muitas vezes não concordei com Manuel Maria Carrilho em posições que tomou, mas nem pela cabeça me passa que alguém nas instâncias do poder socialista possa considerar descartável o contributo político, ideológico e cultural da MMCarrilho.


Querem continuar a desencorajar a criatividade dentro do PS? Querem ir confinando cada vez mais o partido a um orfeão de previsibilidades ?


Se não querem, expliquem muito bem o que aconteceu...
Rui Namorado

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A MAIOR DE TODAS AS URGÊNCIAS...



É urgente... é imperioso... é assustador... é real!
No mundo há 925 milhões de pessoas com fome e 210 milhões de desempregados!...
Há dias, em Oslo, na conferência internacional que, pela primeira vez, conjuntamente, FMI e OIT (respectivamente, Fundo Monetário Internacional e Organização Internacional do Trabalho), foi o próprio Presidente do FMI quem disse ser calamitosa a situação internacional do mundo laboral e anunciou que é necessário criar, nos próximos 10 anos, 440 milhões de empregos!
... por cá, no nosso país, para além das instituições de solidariedade social de que é exemplo a Caritas assegurarem que a situação de apoio social a pessoas e famílias carenciadas se está a tornar uma tarefa cada vez mais difícil e incompleta pelo constante acréscimo da procura e a não proporcionalidade dos meio disponíveis para lhe responder, é o próprio Presidente do Instituto da Segurança Social e Coordenador do Ano Europeu Contra a Pobreza, Edmundo Martinho, quem afirma que a luta contra a pobreza em Portugal não tem surtido o efeito desejado por não atender "(...) àquilo que é a dimensão da construção familiar(...)" (in DN de 12-09-2010). De facto, a incapacidade de sucesso do combate à pobreza decorre da complexidade do fenómeno que requer uma dupla intervenção: por um lado, persistir e reforçar os meios assistencialistas disponíveis (que são manifestamente insuficientes apesar do que proclamam os arautos das fiscalizações, das penalizações e outras estratégias menores e eticamente medíocres de combate à dívida pública) e, por outro lado, desenvolver medidas direccionadas para as causas estruturais da reprodução da pobreza e para a inversão das dinâmicas sociais que acentuam o fenómeno (desemprego, inércia social, formação profissional desadequada e por aí adiante...)...

O que deve fazer uma SANTA CASA DE MISERICÓRDIA, como a da MEALHADA:

1- Dar de comer a quem tem fome
2- Dar de beber a quem tem sede
3- Vestir os nus
4- Acolher os errantes
5- Visitar os doentes
6- Remir os cativos
7- Enterrar os mortos
Estas são as obras das misericórdias ditas do corporais, as espirituais são:
1- Dar um bom conselho a quem o pede
2- Ensinar os ignorantes
3- Corrigir os que erram
4- Consolar os que estão tristes
5- Perdoar as injúrias
6- suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo

A S. C. M. DA Mealhada alguma vez fez isto?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

ALEGRE, O CANDIDATO DOS COMPROMISSOS


Manuel Alegre fez, no pretérito e simbólico no passado dia 11, a reentre da campanha eleitoral com vista à sua eleição presidencial que acontecerá em Janeiro próximo e fê-lo assumindo um conjunto de compromissos os quais, segundo ele próprio e conforme grande parte da população reconhece, o seu mais directo opositor (ainda que não assumido) o não pode fazer, tanto pela sua postura de ambiguidades assim como pelo vínculo comprometido que tem com a ala mais conservadora e retrógrada da sociedade portuguesa.

De forma clara e inequivocamente assumida MA referiu que com ele na presidência os portugueses têm a garantia que:

  • “Nenhum governo nem a Assembleia da República” aprovarão leis que visem despedimentos sem justa causa;
  • Que o serviço nacional de saúde, tendencialmente gratuito, não será substituído pelos hospitais privados;
  • Que o ensino particular e cooperativo não tomará o lugar do ensino público, com ele conviverão de forma harmoniosa e em complementaridade;
  • Que a ética republicana e os restantes valores que consubstanciam uma são vivência democrática serão uma exigência constante à governação da administração publica, directa e descentralizada, assim como à administração autárquica. A mesma exigência será feita aos actores económicos, políticos e sociais.
  • A economia e a política serão instrumentos colocados, mais igualitariamente, à disponibilidade de todos de modo a que se diminuam as assimetrias económicas e sociais que ultimamente se têm acentuado tanto no país como na Europa, a cujo espaço político pertencemos, e no mundo onde temos obrigação de influir mais convictamente.

O candidato, Manuel Alegre, assume compromissos que, pelo menos alguns, outros, efectivamente, não têm condições de assumir.

A eleição não está certa nem segura, têm, o candidato e seus apoiantes, muito trabalho pela frente. Sendo eleito nós, por aqui, estaremos para relembrar estes e os mais compromissos assumidos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PSD MELHOR DO QUE SERIA DE PREVER...


Não sei, porque nunca me aconteceu, mas suponho que deva ser tramado: passar meses, anos, numa desvairada campanha de assassinato de carácter, num constante boicote ao Governo apenas porque estão lá os outros, num berreiro imparável contra a colossal incompetência e irresponsabilidade de Sócrates, declarar todos os dias que o abismo onde Portugal se afundará chega amanhã, e depois termos de nos levantar, ir ao banho e ao papo-seco, sair à rua e enfrentar esta sondagem nos idos de Setembro. Terrível, não gostaria nada que me acontecesse.’
Valupi, O País é que não prestaAdenda — Comentário de leitora por e-mail: "(...) Isto está cada vez mais giro. Por este andar o PS fica no poder até implorar para sair."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

INOVAÇÃO E MUDANÇA: FEDERAÇÃO DE AVEIRO DO PS



Das três candidaturas que me chegaram às mãos: Pedro Nunes, Fernando Mendonça e Adriano Martins escolhi esta, sim, a de Adriano Martins e gosto da proposta que ele me faz, como claro está, faz a todos os militantes da federação de Aveiro.
E aqui vai a sua carta de apresentação:
Assumo-me como a alternativa. Faço-o estando convicto que a minha candidatura a Presidente da Federação Distrital do Partido Socialista obedece a uma estratégia que conta com todos vós. Faço-o porque pretendo um Partido Socialista solidário e fraterno, onde cada um de nós tenha uma participação activa no debate político. Faço-o porque entendo que a força do PS distrital reside nos seus militantes.
Candidato-me com toda a determinação. Pretendo liderar um projecto que apresente soluções para os problemas do distrito e que coloque ênfase no apoio às secções e concelhias. É, de facto, importante, para mim, estabelecer um diálogo consolidado e permanente entre as estruturas locais, assim como, é fundamental reforçar e articular a acção junto da estrutura nacional.
Considero uma candidatura alternativa porque manifesta uma vontade de renovação. Renovação é a palavra de ordem assumida sem complexos. Para isso, pretendo abrir um novo ciclo político, que inclua novos protagonistas, de forma a enriquecer o espírito crítico, valorizar as nossas potencialidades e garantir a afirmação no presente do PS, mas também, alicerçar o seu futuro.
Serei firme na defesa dos verdadeiros valores socialistas, intransigente no que respeita ao rigor no trabalho e às boas práticas politicas, exigente na seriedade das atitudes, mas, igualmente, mediador quando assim for necessário, empreendedor na resposta às dificuldades e um companheiro sincero e de confiança nas preocupações de cada um.
Camarada, assim, revejo a minha candidatura. Forte e sólida, para enfrentar os novos desafios, ambiciosa e dinâmica, no desenvolvimento de novos projectos, plural e aberta, porque será a voz de todos.
É tempo de agir. É tempo de assumir responsabilidades, é tempo de fortalecer a nossa união, de sermos rigorosos e é tempo de inovar. Ciente disso mesmo, decidi tomar posição e apresentar uma ideia para o PS. Comigo a liderar não haverá lugar à resignação. Estou totalmente empenhado em conseguir esses objectivos

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

2.500 ABRAÇARAM O BUÇACO E A VOTAÇÃO TERMINA AMANHÃ...






















Depois de 2.500 pessoas terem “Abraçado o Buçaco”, na manhã de ontem, domingo, 5 de Setembro, chega-se à recta final da votação nas 7 Maravilhas Naturais de Portugal, que acontece às 24 horas, de amanhã, terça-feira. António Jorge Franco, presidente da Fundação Mata do Buçaco, “apela ao voto de todos”.
Para isso basta fazer o registo em http://www.7maravilhas.sapo.pt e votar, gratuitamente, na Mata Nacional do Buçaco (está na primeira coluna da esquerda, na categoria Florestas e Matas). Quem preferir pode faze-lo por SMS, para o número 68933, com a mensagem "702", ou ainda telefonar, ligando o número 760 302 702.
Lembramos os nossos leitores que as vencedoras serão apuradas pelo maior número de votos em cada categoria e não serão eleitas mais do que duas Maravilhas por região. As “7 Maravilhas Naturais de Portugal®” são conhecidas a 11 de Setembro, próximo sábado, numa cerimónia única a ter lugar nas Portas do Mar, na Ilha de S. Miguel, Açores.